Enviada em: 03/08/2018

No meio do caminho tinha uma pedra    Pode-se observar no Brasil um processo de hibridismo cultural, o qual evidencia o multiculturalismo presente desde a época da colonização. Perante a isso, foi criado em 1985 o Ministério da Cultura, em que busca a democratização cultural para todas as esferas sociais. Entretanto, embora haja progresso nessa questão, ainda há entraves que dificultam amplo acesso.      Em um primeiro plano, é importante destacar que o acesso físico à esses polos culturais precisa ser difundido. É notório que os espaços culturais tem como preferência estratégica sua acomodação em regiões metropolitanas e centrais em detrimento dos subúrbios, uma vez que há um público alvo devido ao maior interesse nas artes. Dessa maneira, a acessibilidade torna-se um impasse para indivíduos que moram distante.      Ademais, convém ressaltar o conceito de Indústria Cultural, do sociólogo Adorno. Segundo o pensador, a forma de fazer cultura atualmente tem o lucro financeiro como finalidade única e exclusiva. Esse pensamento foi responsável por etilizar a arte e torná-la mais cara. Portanto, devido à alta desigualdade social recorrente, a camada mais baixa da sociedade é excluída dando margem à pirataria e comercialização de produtos ilegais.    Torna-se evidente, portanto, que a democratização do acesso à cultura ainda contêm obstáculos sociais que devem ser revertidos. A princípio, a prefeitura de cada município, em conjunto com o Governo Federal, deve investir na criação de espaços responsáveis por fomentar os gostos culturais, com artistas pagos pelo Estado; assim, garantirá um valor regular para o preço de cada ingresso e, além de estimular o interesse pelas artes, tornará viável o acesso físico. Com isso, de maneira análoga, a pedra no meio do caminho de Carlos Drummond de Andrade poderá ser superada e teremos uma cenário democrático.