Enviada em: 01/05/2017

Pela teoria da comunicação, para uma mensagem ser entendida, o código deve ser simultaneamente comum à emissor e receptor. nesse sentido, cultura é uma linguagem não dominada por parte significativa da sociedade brasileira, caracterizando um ruído. Desse modo, cabe analisar esta problemática tanto pelo viés econômico quanto pelo social. A princípio, é preciso expor a precarização ou até mesmo inexistência de bibliotecas públicas em muitos municípios. Somado aos altos preços, tal fator torna livros inacessíveis às classes  C, D e E. Assim, o não contato com a maior fonte de conhecimento forma indivíduos alienados não conscientes da própria cidadania, o que deslegitima uma democracia. Por outro lado,  museus, teatros e cinemas, por comporem a cultura conhecida como erudita, localizam-se afastados das periferias e apresentam custos elevados aos usuários. Desse modo, a divisão social é atenuada, criando as chamadas, pelo sociólogo Maffesoli, tribos urbanas, o que diminui a intercomunicação. Tal fato se ilustra nos grupos de graffite, de funk e de samba.  Fica evidente, portanto, que há um ruído devido ao falho domínio do código cultura. Para reverter este quadro, é necessário que haja teatros, bibliotecas e cinemas em todo município, fruto de parcerias público-privadas, como subsídios à construtoras e produtoras de eventos, a fim de diminuir preços e garantir fácil acesso via transporte público. Ademais, Ministérios devem aumentar arrecadação de impostos das classes A e B para garantir créditos às demais. Dessa forma, haverá de fato uma democracia e a comunicação será, enfim, estabelecida.