Enviada em: 08/07/2017

"A gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte". A música, composta pela banda "Titans", aborda uma denúncia acerca de uma necessidade humana, muitas vezes, marginalizada. De fato, ter acesso a cultura e produção artística é essencial para o desenvolvimento tanto individual, quanto do corpo social como um todo. Entretanto, no Brasil, esse setor possui entraves estruturais e educacionais que precisam ser repensados.     Primeiramente, deve-se destacar o preconceito cultural. Pierre Bourdieu, pensador francês, define "capital simbólico"  como o tratamento distinto dado a um fato ou indivíduo, baseado em suas rendas e classe social. Esse conceito é, muitas vezes, evidenciado em nossa sociedade quando se propaga a ideia falaciosa de uma cultura hierarquizada, em a arte de elite e acadêmica se sobrepõe a da periferia. Consequentemente, não só diversas manifestações artísticas são, por vezes, discriminadas-como o "rap" e o grafite-, mas também a há criação de estereótipos, os quais impedem que a produção cultural brasileira seja igualmente valorizada e democratizada.      Além disso, é preciso ressaltar déficits em nosso sistema educacional. Aristóteles, filósofo grego, destaca, em sua obra, o papel fundamental da arte na construção de empatia e conhecimento para o ser humano. Todavia, o modelo de ensino atual destoa da ideia preconizada pelo autor, já que possui dinâmica fordista, em que imperam inflexibilidade e imposição de conteúdo. Nesse sentido, a cultura é pouco contemplada em sala de aula, sendo limitada, muitas vezes , apenas as exceções que são coniventes aos vestibulares e estritas nas cargas horárias. Assim, o país perde um oportuno meio de ensinar o aluno a partir de sua própria realidade socio-cultural, visto a negligência e falta democratização do acesso a arte na educação brasileira.      A nação, portanto, vive um quadro crítico que precisa ser revertido. Logo, é essencial a atuação do Ministério da Cultura junto a redes sociais, como "Facebook" e "Twitter".Desse modo, com a veiculação de campanhas em vídeo que visem desconstruir a ideia de cultura hierarquizada, a fim de instituir a plena valorização de todas as suas vertentes, seja acadêmica ou popular, tornando o corpo social mais tolerante e maximizar a democratização de uma cultura plural independentemente de renda. Também é necessária a ação do Ministério da Educação junto a ONGs de caráter humanitário. Dessa forma, com a ampliação do uso didático de filmes, livros, visitações a museus e debates, nas escolas, no intuito de instaurar a cultura como ferramenta imprescindível de aprendizagem, dando-se maior espaço a essa dentro do nosso sistema educacional. Talvez, assim , o acesso a cultura seja algo mais democrático e menos segregado,