Enviada em: 29/10/2017

Em 1922 ocorreu a Semana de Arte Moderna inaugurando um novo movimento cultural no Brasil. Embora a cultura traga benefícios para o desenvolvimento social e econômico da nação, grande parcela da população não tem acesso a ela. Nesse contexto, deve-se entender como o apartheid cultural e a modernidade líquida influenciam na perpetuação da problemática em questão.       Conforme o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, a sociedade vive em uma modernidade líquida baseada no imediatismo e fluidez. Dessarte, Jovens e Adultos estão cada vez mais ocupados com o trabalho e a escola, deixando de lado os momentos de lazer cultural - como ir ao cinema, museus e teatros - para obter de forma imediata o desejado. Dessa maneira, ao invés de adquirir conhecimentos culturais e aproveitar um tempo livre, buscam apenas cumprir os padrões impostos socialmente, tendo em vista a teoria do "Habitus" proposta pelo sociólogo Pierre Bourdieu.       Outrossim, é indubitável que a sociedade contemporânea vive um apartheid cultural em virtude do crescimento desenfreado das cidades. Sob tal conjectura, é notório que o acesso à cultura para quem vive distante do eixo de desenvolvimento é limitado. É tácito que os centros são mais desenvolvidos e bem estruturados, tendo consequentemente, mais cinemas e teatros, enquanto nas periferias isso é algo exótico. Atrelado a isso, as altas tarifas de transporte e ingressos são fatores que colaboram para que as classes sociais mais baixas - quando vivem distantes dos centros - não tenho acesso igual ao restante da população.       Mediante o elencado, é inquestionável que a cultura e não está ao alcance de todos e seu acesso precisa ser democratizado. Em princípio, o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura devem implantar métodos educacionais nas escolas que utilizem filmes e livros para contextualizar conteúdos, além da promoção de eventos culturais para alcançar todos os alunos. Em consonância com tal ação, as Secretarias Municipais de Cultura, junto ao Ministério das Cidades, devem desenvolver projetos criando grupos de dança e teatro para levar às comunidades mais afastadas. Por fim, cabe ao Ministério dos transportes dar auxílio para quem vive mais distante, reduzindo tarifas mediante apresentação de ingressos.