Enviada em: 05/09/2017

Como água A queima de livros no nazismo e a queima da Biblioteca de Alexandria foram eventos ocorridos em épocas diferentes, entretanto ambas evidenciam uma tentativa de evitar a democratização da cultura. Mesmo em uma realidade distante desses cenários, o brasileiro ainda encontra barreiras para que a cultura seja de livre acesso. Vale destacar, diante do debate, que o ponto chave é compreender que não há interesse dos cidadãos em buscar cultura e a monopolização da mesma em grandes centros dificulta o acesso.       A priori, é fundamental pontuar que o brasileiro não é um consumidor de cultura por não reconhecer a importância disso. Nesse contexto, a formação de um público consumidor envolve um processo contínuo de aprendizagem das linguagens artísticas, tanto em aspectos teóricos - história da arte, estilos, escolas e valores éticos de cada movimento - tanto em aspectos técnicos - o como fazer. Vê-se com isso, a necessidade de expandir o aprendizado cultural, criando a admiração, reconhecimento e o desejo pela cultura e suas representações.       Outra questão relevante, nessa discussão, é a ideia de que mesmo que houvesse público interessado na questão, grande parte não tem recursos suficientes para o contato com a arte. Em vista disso, mesmo que medidas venham sendo tomadas, como exemplo o vale cultura, que busca fornecer condição financeira para adquirir produções culturais, ainda falta ao indivíduo o acesso a locais de venda e produção, visto o monopólio cultural dos grandes centros, o que exige tempo, viagens e mais dinheiro. Como resultado, há uma marginalização cultural de áreas do interior brasileiro, urgindo, assim, por maior acessibilidade.        Torna-se evidente, portanto, que deve-se incentivar o aprendizado para  que a busca cultural ocorra, além de facilitar essa busca. Nesse sentido, a princípio, o Ministério da Educação em conjunto com o Ministério da Cultura, deve aumentar a carga cultural, proporcionando aulas de produção artística, estudo dos movimentos relacionados ao tema, as devidas escolas e manifestações, a fim de fomentar o gosto pela arte e uma busca por identidade cultural. Além disso, é imprescindível que artistas e promotores, como agentes sociais, promovam eventos em locais onde não há acesso, para que possibilite uma população marginalizada de conhecer diferentes manifestações. Em síntese, materializando tais medidas, espera-se que funcionem como água, apagando todas tentativas de queima cultural.