Enviada em: 10/10/2017

O homem é um ser cultural. Ele nasce, vive e morre imerso em uma determinada cultura. Hoje, a sociedade brasileira é o resultado da mistura dos costumes de vários povos - a indígena já existente antes da colonização, a africana trazida pelos e escravos e a europeia resultante da colonização e imigrações ao longo dos séculos. Entretanto, mesmo diante dessa riqueza cultural, o que se vê é uma forte desvalorização desta área por parte da própria população.       No Brasil, para a maioria, cultura é só o carnaval, as novelas e o futebol. A arte e suas ramificações não entram nesse conceito do brasileiro. Nessa perspectiva, não existe a ideia de que a arte é educadora e formadora de opiniões e, muito menos, um público formado para essa área. Na visão da classe baixa, teatros e galerias artísticas são "coisas de ricos". Portanto, há uma forte ideia de elitização cultural, o que é reforçado pelos preços altos das entradas de cinemas e apresentações.       Além disso, a falta de informação em relação a Lei Rouanet gera uma imagem negativa à classe artística. Essa lei estimula o apoio privado onde empresas podem financiar propostas culturais aprovadas pelo Ministério da Cultura e abater até 4% do valor do imposto de renda declarado por causa disso. O uso desse mecanismo por artistas que não precisam desse auxílio tem causado indignação por parte da população, como também a ideia de que esse financiamento parte do governo e não de iniciativa privada.       Fica evidente, portanto, a desvalorização da cultura por parte do brasileiro resultado pela falta de acesso e de informação. Desse modo, é preciso estimular a formação de um público para essa área. O Ministério da Cultura deve organizar e divulgar eventos artísticos gratuitos e ampliar o acesso aos bens culturais já existentes. Esse é o primeiro passo para formar uma sociedade mais exigente intelectualmente e crítica, uma vez que o homem vê mundo a partir da sua própria cultura.