De acordo com Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um organismo biológico, porquanto depende da interação entre todas as partes. Dessa forma, nota-se que um organismo perfeitamente interativo, é aquele livre de qualquer problema. Sendo assim, é evidente que a desigualdade quanto ao acesso à cultura; bem como a falta de conhecimento sobre esse assunto, no atual cenário brasileiro, quebram essa relação interativa. Posto isso, compele averiguar as bases dessa patologia. Sob essa presunção, é conveniente ressaltar que, desde o período colonial, a prática de leitura era desencorajada, pois prejudicava a exploração de recursos naturais. À vista disso, é possível estabelecer uma causa para o hábito, quase ausente, de leitura, da maioria dos brasileiros. Desse modo, tendo como fator a falta de conhecimentos, a cultura, para grande parte da população, torna-se algo banal e sua democratização uma ação dispensável. Outrossim, é cabível salientar que, segundo a constituição brasileira, todos têm o direito à cultura. Entretanto, a realidade do Brasil, diverge dessa teoria, visto que, de acordo com a UNESCO, a maioria dos municípios não possui quase ou nenhum espaço cultural; além de frisar que, quando possui, a entrada para os eventos é de alto valor. Tal conjuntura parece, então, restringir essa lei apenas aos abastados, contrariando, de fato, a legislação. Apesar disso, mesmo sendo caótica, essa situação é alterável. Urge, portanto, a atuação do Ministério da Cultura, por meio de investimentos públicos, para promover a criação de áreas, de forma homogênea no país, destinadas à disseminação de culturas; além de tornar acessível a entrada para eventos com esse mesmo cunho social. Ademais, é interessante a sociedade criar um aplicativo para compartilhar conhecimentos culturais e, assim, ampliá-los entre os indivíduos que, apesar disso, devem manter, também, um frequente hábito de leitura. Mediante essas ações, espera-se combater a problemática, procedendo, dessarte, o equilíbrio de interação social.