Enviada em: 27/10/2017

Segundo Zygmunt Bauman, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da “modernidade líquida” vivida no século XX. A ausência da democracia à cultura reflete essa realidade. Ademais, tendo em vista que tal fator tem com principal função a exclusão social, faz-se preciso uma reflexão, e também, medidas que possam combatê-lo.        Em primeiro lugar, para se entender o problema é necessário analisar suas causas. Resultado de uma sociedade que não abre espaço à equidade, tornou elitizada a participação cultural, onde preços para ter acesso à cultura são caros e não alcança facilmente as massas, ou seja, fez-se restrito e injusto a vivência cultural no Brasil.        Entretanto, sabe-se que este fator é apenas o início de uma variedade de problemas, que em conjunto pode prejudicar ainda mais o indivíduo. Conquanto, é indispensável salientar que a falta de incentivo por parte do Estado e a falha na educação artística nas escolas apenas acarreta malefícios. Outrossim, é indubitável que em um cenário onde uma nação não respeita e não investe em sua educação cultural, é impossível não perceber que, de fato, ela encontra-se estagnada.        Portanto, medidas são necessárias para a resolução desse impasse. Em primeiro plano, o Ministério da Cultura, em parceria com o MEC, podem ajudar, promovendo manifestações artísticas nas escolas — a fim de estimular o interesse por parte dos alunos — assim como projetos instrutivos que busquem envolver a todos do âmbito escolar, de modo que a arte esteja presente na vida desses indivíduos. Além disso, cabe ao poder público maior incentivo, difundindo manifestos culturais gratuitos para englobar a sociedade ao meio, bem como, preços populares e acessíveis para a obtenção de bens culturais. Destarte, não há dúvida que cultura é algo que faz e transforma o homem, e sua presença no berço social é imprescindível. Afinal, como afirmou Ferreira Gullar: “A arte existe porque a vida não basta”.