Enviada em: 22/08/2018

Reeducação alimentar    A repartição do pão e do vinho, no episódio que ficou conhecido como “A Última Ceia”, trata-se, decerto, de um dos maiores exemplos do significado sociocultural atribuído à prática alimentar humana. A essa também é associado significado político, haja vista que o advento do aumento da população mundial amplia as discussões acerca do que deve ser feito no combate à fome.    Em primeiro plano, um grande contingente populacional não compreende os benefícios de uma boa alimentação na saúde, é o que aponta a recente pesquisa do canal de comunicações O Globo, na qual revela que somente 12% dos brasileiros reconhecem o impacto da dieta saudável na saúde. Para piorar, a onda elitista quanto aos hábitos alimentares recorrente na sociedade contemporânea, limita uma grande parte da mesma quanto ao acesso à “boa alimentação”.    Em segundo plano, há de se destacar a baixa qualidade dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Isso se deve, certamente, à difusão do conceito “junk food”, que se originou recentemente com a popularização de refeições rápidas. Portanto, a pressa existente no cotidiano da maioria dos brasileiros é um fator decisivo na elaboração dos maus hábitos alimentares também comuns no cotidiano da população.    Depreende-se, portanto, que a solução para os desafios na alimentação no Brasil deve possuir um caráter político e educacional. Quanto ao viés político, cabe ao Estado e o seu Ministério da Agricultura monitorar, por meio de pesquisas e fiscalizações, a qualidade dos alimentos que chegam até a população. Quanto ao viés educacional, é dever das escolas, além de contratarem acompanhamento nutricional na produção da merenda, oferecer também ensino teórico nas salas de aula sobre a importância da alimentação saudável.