Enviada em: 19/08/2019

O alto custo da Primeira Guerra Mundial fez com que muitos países começassem a se preocupar acerca do controle do fornecimento de alimentos. Nesse contexto, o Brasil, hodiernamente, ainda enfrenta preocupações sobre a segurança nutricional, principalmente, da população de baixa renda. Assim, é fundamental analisar as causas que fazem dessa problemática uma realidade nacional.    A princípio, mesmo existindo prerrogativas constitucionais contra a fome, muitos brasileiros ainda se encontram em situação de vulnerabilidade alimentar. Segundo John Locke -teórico contratualista- o Estado é gestor dos interesses coletivos. Entretanto, a ótica de Locke, muitas vezes, não é praticada, como evidencia o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao constatar que mais de 50 milhões de brasileiros vivem em situação de insegurança nutritiva. Como consequência disso, o número de óbito pela falta de alimentação se tornará uma realidade indesejável.    Ademais, a insensibilidade populacional contribui para o aumento da insegurança alimentícia brasileira. Segundo Zygmunt Bauman, no livro "Modernindade Líquida", os indivíduos estão cada vez mais individualistas. Essa visão sociológica é evidenciada no cenário nacional, em que muitos produtos em estado de consumo deixam de ser doados à Organizações Não Governamentais (ONGs) para serem desperdiçados de forma indiferente, colocando o Brasil entre os países que mais desperdiçam comida no mundo. Consequentemente, o número de brasileiros em situação de fome se torna cada vez mais progressivo.   Em suma, a segurança alimentar brasileira é marcada por fragilidades. Para atenuar essa situação, é necessário que o Poder Público por meio do Ministério da Cidadania crie medidas assistencialistas, como restaurantes populares para oferecer refeições de qualidade a baixo custo. Somando-se a isso, é necessário que o Estado em parceria com a imprensa engajada crie medidas de divulgação que eduquem a população para o não desperdício de comidas, como propagandas que influencie na doação de alimentos em bom estado para ONGs. Talvez, dessa forma, seja possível diminuir os índices de insegurança alimentícia e garantir o papel do Estado para a harmonia social.