Enviada em: 26/10/2017

Embora a Revolução Verde trouxe notáveis inovações agrícolas quanto a produção e distribuição alimentícia no mundo, a realidade brasileira parece não compartilhar desse aspecto. Seja por fatores de ordem cultural e até mesmo sociais, as chances de solução esmorecem perante essa perspectiva preocupante.             É incontestável que dentre as causas do problema, esteja a  própria cultura alimentar brasileira na contemporaneidade. Utilizando o conceito de modernidade líquida do sociólogo Zygmunt Bauman, o mundo capitalista nos trouxe uma drástica noção por praticidade e um imediatismo imensurável. De maneira análoga, nosso comportamento alimentar refletiu essa dinâmica. A opção pelos fast-foods e industrializados com altos teores de sódio e açúcares, integram o cotidiano graças a sua comodidade e fácil preparo. No entanto, esse padrão alimentar pouco saudável em demasia aliado ao sedentarismo, desencadeia doenças como diabetes, hipertensão e afins, comprometendo o indivíduo.             Por outro lado, as barreiras impostas pela renda financeira dificultam a distribuição dos alimentos, conturbando a situação. Sob a visão de Karl Marx, a desigualdade é fruto da divisão de classes, sendo essa composta por aqueles que dominam os meios de produção (burguesia) e a força de trabalho (proletariado). Fazendo assim, com que ocorra uma concentração de renda na mão de poucos, enquanto que uma maioria é marginalizada e tem seu poder de compra reduzido. Logo, muitos alimentos que são produzidos não atendem a demanda por completo e ainda são desperdiçados indevidamente.       Mediante o elencado, fica claro portanto, que desafios precisam ser vencidos no tocante à alimentação canarinha. Por isso, é indispensável que o Estado, em especial o Ministério da Fazenda, a reformulação  da política nacional de distribuição de alimentos e renda a fim de atingir a equidade a todos. Cabe as escolas em parceria com o Ministério da Saúde, a instrução através de palestras e práticas sobre a importância da alimentação saudável para combater o sedentarismo e futuras doenças. Já a mídia com seu alcance propagandístico, pode por meio de parcerias com ONG's informar não só os benefícios da atividade física, mas também promover campanhas contra o desperdício de alimentos. Só assim, consoantes essas medidas, o bem estar geral será assegurado efetivamente. E finalmente, honraremos a célebre máxima de Maquiavel, que os fins, os resultados colhidos, justificam os meios, as ações bem planejadas.