Enviada em: 20/08/2018

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura à esse público direito à saúde, educação, liberdade, dignidade, convivência familiar e comunitária, cultura e lazer, entre outros. Esses direitos são extremamente importantes para o desenvolvimento do indivíduo e manutenção de sua cidadania. Todavia, o Brasil não tem garantido tais conquistas aos jovens cidadãos.       Em primeiro plano, observa-se que a sociedade brasileira é marcada por grande concentração de renda e desigualdades sociais, provocando o que Durkheim chama de estratificação social. Esse cenário produz indivíduos com pouca mobilidade social e isso pode perpetuar-se durante gerações numa família. Então se uma criança nasce numa periferia, possui baixa renda per capta e não tem acesso à educação de qualidade, a chance desse indivíduo de elevação de nível socioeconômico será muito baixa, uma vez que no Brasil os direitos assegurados pelo ECA quase não são colocados em prática e o futuro dos pequenos fica comprometido.       Além disso, partido da dicotomia: teoria versus prática, a Constituição  é bastante representativa em termos sociais, porém, falta na sociedade responsabilidade social para auxiliar o Estado a praticar os direitos das crianças e adolescentes, sendo inadmissível que o país continue com jovens vivendo nas ruas ou cometendo crimes, por exemplo. Sendo essa a realidade de várias capitais brasileiras, que refletem as ideias do sociólogo Zygmunt Bauman a cerca da sociedade pós-moderna, caracterizada pela individualidade e pelo egocentrismo, favorecendo as disparidades sociais.       Fica clara, portanto, a necessidade de que o Estado em parceria com a iniciativa privada aumente os investimentos em proteção, educação, cultura e lazer destinados à crianças e adolescentes, principalmente àqueles sujeitos a maior vulnerabilidade social, promovendo atividades esportivas, inventivo a leitura e suporte familiar, a fim de garantir o desenvolvimento saudável das crianças. Ademais, é importante que a sociedade tenha mais empatia pelo outro, colocando em prática a compaixão e a solidariedade.