Enviada em: 24/08/2018

Sementes de hoje, frutos do amanhã    Conforme a metáfora que se abstrai dos estudos de Max Weber, a sociedade é a caracterização de uma peça de teatro na qual se delega a cada indivíduo um papel fundamental. Nesse sentido, ao adotar - no decorrer da história do país - direitos destinados às crianças e aos adolescentes, o Estado assume, devidamente, a relevância desses indivíduos para os idos de hoje e dos que virão. No entanto, apesar do aspecto inclusivo dos meios legais em questão, crimes e desvios morais cometidos por nossos jovens expressam a falta de total eficácia desses recursos no presente. De tal sorte, há a necessidade de reafirmar a importância das garantias legalistas em análise e como as negligências de âmbito familiar inferem sobre a problemática supracitada a fim de superá-la.    Cabe ressaltar, a princípio, que os direitos das crianças e dos adolescentes são de muita valia para a população geral. Tal afirmação encontra respaldo no fato de que uma das determinações vigentes, por exemplo, diz que toda criança deve, sobretudo, estudar. Dessa maneira, tendo em vista a afirmação do pensador Kant de que o indivíduo é o que a educação faz dele, percebe-se o investimento sociológico nas regras do Legislativo referentes às crianças.   Contudo, a cultura de indiferença para com os semelhantes se faz presente em muitas das famílias da contemporaneidade inviabilizando a eficiência das medidas governamentais em análise. Afinal, consoante ao pensamento do educador Mario Cortella de que "escolarizar" é diferente de educar, cabe à família dar aos seus dependentes o patrimônio ético social. Desse modo, o exemplo de pais que saem de casa antes de seu filho acordar e que voltam quando ele já está dormindo assume o potencial de danos ao campo do particular e do sociológico.    Em suma, portanto, para a transformação do quadro observado vale o seguinte entendimento: a existência de direitos voltados às crianças e aos adolescentes no Brasil configurariam cidadãos de bem, caso não houvesse menosprezo com os jovens dentro de seus agrupamentos familiares. Para tanto, é preciso conscientizar as famílias do alto valor da contribuição educacional dos responsáveis sobre os seus dependentes. Tal medida pode ter como agentes o Governo Federal - financiando e promovendo campanhas com esse objetivo de elucidação - em parceria com os meios midiáticos - apoiando as mobilizações governamentais. Assim sendo, será possível fazer da juventude presente solo fértil às sementes de respeito e fraternidade social, permitindo, então, a queda do óbice discutido.