Enviada em: 19/08/2018

É dever do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garantir amplos direitos para os jovens, a fim de assegurar a formação estruturada da sociedade. Todavia, a prática deturpa a teoria, haja vista que a constituição tem sofrido constantes transgressões. Dessa forma, como toda ação possui uma reação, de acordo com Newton, o tecido social brasileiro possui problemáticas que são consequências dessas negligências.     A princípio, é incontestável a relevância do papel da educação na formação moral dos indivíduos. Paulo Freire já dizia: "se a educação sozinha não transforma o meio, sem ela tampouco a sociedade muda". No entanto, o Brasil ainda carece de instituições de ensino de qualidade. Tem-se como resultado, destarte, a recorrência de crimes praticados por adolescentes. Fato que sustenta a justificação de grande parcela da população, a qual defende a redução da maioridade penal. Entretanto, é um argumento raso, cujas raízes são profundas.      Ademais, torna-se crescente a participação de jovens no mercado de trabalho, restringindo-os do direito ao lazer, mesmo sendo uma cláusula constitucional. Contudo, muitas vezes, é a única saída, haja vista as precárias condições de muitos brasileiros. Tal cenário concretiza-se com o livro "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, pois mostra o destino infeliz dos filhos de Fabiano, uma vez que não possuem nenhum auxilio social.       Infere-se, portanto, que para reverter-se esse quadro frustrante, é preciso que o Estado se dedique mais às crianças. O país precisa não só de mais escolas, como também de institutos de qualidade, os quais possuam professores com salários regulares, materiais didáticos em boas condições, assim como o transporte. Além disso, é preciso de ambientes que disponibilizem aos jovens atividades extracurriculares. Tais ações podem ser realizadas por meio de subsídios governamentais às ONGs que já realizam tais projetos, mas são barradas pela falta de recursos. Assim, será visível a formação de cidadãos conscientes e éticos, a fim de que não seja preciso punir os adultos, segundo Pitágoras.