Enviada em: 30/08/2018

A obra intitulada "Eu sou Malala", de Malala Yousafzai, discorre a respeito de uma jovem que defende a perpetuação de garantias básicas aos jovens, principalmente ao tratar-se da educação. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar sobre os direitos garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a partir do momento que é corroborada a dicotomia existente entre teoria e prática. Dessa forma, compreender a temática e seus impactos, eis um desafio à contemporaneidade.    Considera-se, antes de tudo, a atuação crucial do setor político no quesito. Segundo a Constituição Federal de 1988, a população infanto-juvenil é reconhecida como sujeitos cujo direitos devem ser assegurados para o seu pleno desenvolvimento. Assim, é notório que o âmbito legislativo corrobora para a implementação de uma ótica dominante que atesta a oportunidade de conceber um meio ético e justo. Entretanto, o avanço jurídico-formal não é prerrogativa para o abono da temática, uma vez que o cotidiano de inúmeros jovens é marcado por condições que lesam a integridade humana.    Analisa-se, também, que a efetividade dos direitos sociais constitui um terreno fértil para a preservação dos direitos da faixa etária tratada. Mortalidade infantil elevada e desnutrição infantil são alguns dos mais variados problemas que caminham em sentido retrógrado do desenvolvimento social - tal fato é confirmado ao citar os dados do jornal "El País", onde os mesmos já cresceram mais de 10%. De acordo com o filósofo Jurgen Habermas, a consolidação de uma "ética da discussão" ratifica o surgimento de âmbitos morais. Nesse contexto, a máxima postulada por Habermas diverge da atual situação brasileira ao referir-se do quesito tratado, dado que a nação brasileira em conjunto com a esfera política dispõe de atos centrífugos culminando na perca de isonomia.    Fica claro, portanto, que fazem-se necessárias medidas para tornar viável a respeitabilidade do ECA. O Ministério Público, junto às ONGs, deve investir e fiscalizar as leis já existentes, a fim de cumprir com a sua conduta, seja por meio da construção de centros comunitários com oficinas de teatro, dança, música, atendimentos hospitalares com profissionais qualificados, aplicação de multas aos que infringirem o legislativo, intensificação das investigações sobre casos que usurpem os direitos dos jovens, por exemplo, com a execução de tecnologias que facilitem tal setor, utilizando o dinheiro dos impostos para efetivar tais propostos. Também, é de suma importância que a mídia, como grande formadora de opiniões, difunda por meio da ficção engajada a importância do tema abordado, seja por meio do uso de dados, matérias jornalísticas, documentários e jornais. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças.