Enviada em: 11/08/2017

A vulnerabilidade social dos jovens       Os direitos das crianças e adolescentes possuem grande importância no país, pois são reservados à uma parcela extremamente vulnerável da sociedade que dificilmente tem voz ativa. Entretanto, fatores como a recente crise econômica afetam essa legislação e frequentemente trazem graves impactos negativos nesses avanços sociais.       Segundo dados do IBGE, atualmente ainda existem mais de 2.5 milhões de jovens entre 5 a 17 anos trabalhando, muitas vezes em condições precárias e com salários abusivos. Esses índices demonstram uma enorme ineficácia na aplicação das leis que proíbem o trabalho infantil e garantem a educação dos jovens, o que além de afetar seu bem-estar, trará graves consequências no futuro.       Também como um desdobramento desses momentos de crise, houve recentemente a polêmica sobre a redução da maioridade penal. Como surgiram mais casos de violência no país, a sociedade tende a resolver o problema com aplicações de mais punições, e isso até mesmo pode incluir a recente aversão à lei da palmada, que proibia o uso da violência contra crianças, todavia, isso não é uma solução a longo prazo. Cesare Beccaria, grande pensador iluminista, afirmava que a simples aplicação de punições mais severas não altera a quantidade de crimes, que essa só pode ser transformada por alterações estruturais, o que no caso seria a educação.       Satyarthi, vencedor do prêmio nobel da paz, trabalhou toda sua vida com ONGs que auxiliavam crianças e adolescentes sem direitos. Uma conclusão de sua atuação foi de que a violência e o trabalho infantil são dois fatores que perpetuam a pobreza, o desemprego e o analfabetismo de um país e que, portanto o Estado e a sociedade devem se mobilizar constantemente para garantir os direitos dos jovens.       Direitos são criados para proteger sua sociedade e garantir sua equidade, por meio do auxílio às partes vulneráveis da mesma, entretanto, cabe ao Estado garantir sua devida aplicação. No caso das crianças e dos adolescentes, os governos necessitam uma maior fiscalização, além de trazer benefícios àqueles jovens que estão nas escolas, como já feito na Bolsa-família. Outrossim, a própria sociedade pode se mobilizar através de ONGs como a de Satyarthi, para auxiliar na fiscalização e divulgação dos direitos.