Enviada em: 19/08/2017

Vive-se em uma modernidade líquida - conceito do filósofo Zygmunt Bauman - na qual até mesmo precauções com a saúde tornam-se secundárias em meio às constantes mutações e estímulos da vida social. Nesse âmbito, pode-se identificar os crescentes índices de obesidade na população brasileira, problema que afeta mensuravelmente a saúde pública no país e atesta para a necessidade de medidas que visem sua redução.                        Inicialmente, a obesidade acomete de maneira significativa o bem-estar social e mental dos seus portadores. Segundo estudo feito na Inglaterra pela Universidade de Cambridge, o excesso de peso está diretamente ligado à aceleração da degeneração cerebral e à ocorrência de déficit de memória. Esses fatores, por sua vez, podem gerar o declínio da performance profissional e estudantil de adultos e adolescentes que possuam a síndrome. Além disso, muitos casos da doença estão associados a quadros de depressão e ansiedade, já que a aparência física de pessoa obesas pode levá-las a dificuldades de relacionamento e inclusão social, razões que fomentam esses distúrbios psicológicos.                      Apesar disso, pouco tem sido feito para evitar o pressuposto, principalmente no ambiente urbano em vista do sedentarismo, um dos motivos do alto excesso de peso. Em muitas áreas citadinas, frequentemente, inexistem locais abertos como praças, parques e calçadões para ciclistas ou pedestres, em simultaneidade ainda à ineficiência da segurança pública contra a violência urbana. Como consequência disso, muitos cidadãos não possuem à disposição ambientes onde possam praticar exercícios físicos - como caminhar ou andar de bicicleta -, o que agrava a incidência de obesidade decorrente do sedentarismo.                        Portanto, ações devem ser tomadas para a resolução desse impasse. Entre elas, está a criação pelo Governo Federal de leis que obriguem prefeituras municipais a criarem locais públicos propícios à realização de atividades físicas, como praças e parques, que contem ainda com a presença de guardas civis. Além disso, cabe ao Ministério da Saúde a criação de programas que atuem em escolas e empresas, por meio de nutricionistas, para a abordagem e auxílio médico de indivíduos obesos nelas presentes.