Enviada em: 27/10/2017

Para o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é comparada a um organismo: a saúde do todo depende do bom funcionamento das partes. Nesse contexto, a mazela que afeta hodiernamente o território brasileiro encontra-se impregnada no sistema de saúde pública e é caracterizada como obesidade. Assim, faz-se necessário analisar os fatores que contribuem para a persistência dessa realidade no país.    É fato que má alimentação e falta de exercícios físicos são incompatíveis com saúde e, não obstante, têm coexistido no contexto brasileiro. Sob essa ótica, a troca de refeições saudáveis e equilibradas por fast foods - opção de consumo mais rápida na era de pessoas cada dia mais ''sem tempo'' -, aliada ao decrescente interesse da população por atividades físicas, têm contribuído para o percentual de 43% de brasileiros com sobrepeso hodiernamente. Desse modo, em razão de um maléfico estilo de vida, elevam-se as chances de desenvolvimento da obesidade e de outras complicações ligadas ao sobrepeso.    Por conseguinte, correspondendo a 2,4% do PIB nacional, a doença e seus efeitos têm afetado negativamente mais do que apenas os indivíduos. Prova disso está nos crescentes casos de internação e, proporcionalmente, de gastos públicos com medicamentos, profissionais e leitos, que são classificados como custos diretos. Ademais, é válido ressaltar  ainda os custos indiretos, como os dias dr trabalho perdidos, incapacidade, desembolso com despesas e cuidados com a casa por parte dos cidadãos. Dessa forma, fica evidente a necessidade de investimentos na prevenção do problema, redirecionando os recursos para o aumento da qualidade de vida da população e, consequentemente, diminuição de gastos com tratamentos.     Infere-se, portanto, que, para que ocorra a mitigação da obesidade nas terras brasilienses, há entraves que necessitam ser revertidos. Desse modo, cabe às Secretarias Municipais de Saúde a criação de a criação de núcleos de reunião voltados à população acima do peso, com profissionais especializados e programações dinâmicas entre os integrantes, desde exercícios físicos em grupo até palestras e conferências com foco na obesidade, de modo a mesclar ações preventivas e de combate à doença. Além disso, empresas devem propiciar encontros entre os funcionários para a realização atividades físicas, como também patrocinar ações em escolas com nutricionistas e médicos, a fim de informar acerca dos perigos da má alimentação e induzir melhoras na qualidade de vida da população em geral, investindo na prevenção de doenças e não em sua remediação. Somente assim, será possível reverter os efeitos da obesidade na saúde pública do Brasil.