Enviada em: 05/10/2017

Desconstruindo modos   É indubitável que o cenário moderno é marcado pela velocidade dos acontecimentos e configura novos hábitos nas vidas humanas. Nesse contexto, o crescimento exponencial do sobrepeso é por conta da alimentação que ficou inserida em segundo plano, transformando-se em um um grave problema de saúde pública.   A industrialização instituidora de maus hábitos junto ao poder do marketing e suas propagandas, distorcem a ideia de alimentação ideal no que tange a facilitação de ingerir a comida. Por conta dessa alienação, os fast-foods - uma opção para uma sociedade sem tempo, potencializa os males causados pelo excesso de sódio e calorias - presentes nos Mc Donalds e pizzas italianas. Desse modo, o prazer produzido pela comida, transforma-se posteriormente em insatisfação que explode com desequilíbrios psicológicos, como a bulimia, dietas desesperadas, como chás detox e as cirurgias de redução de estômago.   Atualmente, devido ao avanço tecnológico, o estilo de vida da sociedade moderna tem sido feita por processos mecanizados, contribuindo para os baixos índices de atividade física e sedentarismo, levando à má nutrição até mesmo de crianças. Nesse processo, segundo pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, em 2016, 19% da população brasileira é obesa, 52% está em acima do peso e doenças resultantes da obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares matam cerca de 3 milhões de pessoas. Diante disso, a falta de consciência alimentar está se tornando a algoz de uma sociedade que escolhe o que vai comer por aplicativos de entrega rápida e desconhece o sentido real do alimento sobre a mesa.   É fato que uma boa alimentação associada a exercícios físicos regulares ainda é a melhor arma para a prevenção das doenças associadas com a obesidade. Nessa perspectiva, cabe ao poder Executivo agir junto à mídia com políticas de conscientização para a compreensão das nocividades do sódio e com capacidade de regulamentar os alimentos. Também é imprescindível o papel da escola e da família em relação à reeducação alimentar, com discussão e palestras de nutricionistas, na construção de uma alimentação balanceada, a fim de tratar o problema desde a infância. Afinal, alimentar-se é uma cultura e para mudar costumes é preciso desconstruir modos.