Enviada em: 06/09/2017

Alienação para consumir  Durante a Guerra Fria, as propagandas obtiveram uma posição prioritária de investimento governamental mundial e foram um dos principais legados desse período. O Brasil soube manipular de formas diversas esse legado, proporcionando a ele uma dimensão tamanha que o tornou um hábito social no cotidiano do brasileiro. Por conseguinte, alienação e problemas psicossociais crescem de forma preocupante na vida dos brasileiros.  O sociólogo Karl Marx explicava que o consumismo alienado é algo devastador para o desenvolvimento das sociedades. Isso é provado na forma como os brasileiros, principalmente a classe média e os mais pobres, consomem, que ocorre de modo irracional e quantitativo, ou seja, o consumidor compra sem necessitar e em quantidades absurdas, causando endividamentos avassaladores. Desse modo, a economia cresce, mas a população menos favorecida empobrece, visto que não conseguem pagar suas dívidas.  Uma pessoa, sem ter dinheiro e necessidade, compra algo, se endivida, faz empréstimo no banco e não consegue pagar nem um e nem o outro. Consequentemente, perde seus bens, que já são poucos, e não consegue crescer economicamente. Isso causa abalos psicológicos imensos para o consumidor, que, por ser bombardeado diariamente com propagandas estimuladoras do consumo desenfreado, continua consumindo e se tornando cada vez mais refém da miséria socioeconômica.  Sendo a alienação um dos principais motivadores desse problema, faz-se necessário uma mobilização conjunta da Secretaria da Educação e das direções escolares em torno do desenvolvimento do intelecto questionador do cidadão, que passará a calcular melhor antes de comprar algo. Também as empresas propagandísticas precisam da atenção do governo, que exija a não formulação de modos propagandísticos que sejam apelativos e até ordenadores da compra. Desse modo, com um consumo mais racional, haverá um melhor usufruto dos produtos oferecidos.