Enviada em: 06/09/2017

O advento da industrialização foi mormente responsável pelo aumento do consumismo por parte dos cidadãos. No Romance Realista de Eça de Queiroz, Cidade e as Serras, o personagem principal, Jacinto, é marcado pelo desejo incessante de adquirir novos aparelhos tecnológicos sem precisar dos mesmos. Contudo, durante o enredo, ele conscientiza-se da falta de necessidade de tê-los. Nesse âmbito, é evidente que a problemática do consumo exagerado tornou-se presente tanto na vida de Jacinto quanto fora do livro pois o consumo gera entraves em diferentes facetas.       Consoante a lei Newtoniana, para toda ação há uma reação de igual intensidade e sentido contrário. Analogamente, pode-se pontuar que o crescimento do fluxo de lixo descartado no meio ambiente irá aumentar, concomitantemente, à intensificação do consumismo. Entretanto, a medida que o consumo cresce para suprir, positivamente, as necessidades humanas, a degradação da natureza aparece como consequência. Ou seja, existe uma relação de proporcionalidade que continuará a existir caso o consumo não se torne consciente.        Diante desse cenário, é imperioso ressaltar que, além dos problemas supracitados, o consumismo fomenta impasses sociais. É evidente que o Quarto poder apresenta grande influência no consumo realizado pelos indivíduos pois idealiza a possibilidade de adquirir o bem-estar pessoal e social por meio dos produtos. Em contramão, é indubitável que o poder de compra permeia a realidade dos mais opulentos, destarte, os menos favorecidos, seguindo essa lógica, são incapacitados de comprarem a felicidade em detrimento à falta do poder aquisitivo. Ademais, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito, as classes mais ricas utilizam as compras como subterfúgio para aliviar o estresse. Portanto com o aumento na demanda do produto, o preço desse eleva-se e contribui para a segregação social.                    Com o intuito de amenizar a problemática do consumismo, medidas devem ser tomadas. O Conselho Nacional De Autorregulamentação Publicitária deve fiscalizar e retirar as propagandas que influenciam o consumo como forma de integração social e passar a veicular aquelas que mostrem os danos causados pelo exagero desse. Outrossim, os produtos devem ser vendidos com preços acessíveis a todos, a fim de amenizar o impasse da desigualdade social. O Ministério da Educação e Cultura deve realizar palestras nas escolas ministrada aos pais e alunos incentivando o consumo consciente e os danos ocasionados pela falta do mesmo. Por fim, as crianças devem ser desde sempre educadas por seus pais a consumirem apenas o necessário Dessa forma, assim como no Romance Realista, o consumismo exagerado deixará de ser realidade dos cidadãos.