Enviada em: 20/09/2017

A partir da crise econômica de 1929, ocasionada pela super produção nas Estado Unidos, bem como pela vitória do bloco capitalista na Guerra Fria em 1991, constatou-se um expressivo incentivo ao consumismo em grande parte do mundo. Sendo assim, o Brasil também está inserido nesse sistema que tem o consumo com uma das principais engrenagens para poder funcionar, o que vem acarretando inúmeras adversidades para diversos cidadãos. Isso se evidencia tanto pelo descontrole financeiro, quanto pelo padrão comportamental formado na atualidade.       Primeiramente, é importante destacar que a prática de comprar não é uma coisa ruím. Nesse sentido, desde o período Vargas foram dados direitos trabalhistas aos operários, como o descanso semanal, não só por uma questão de conquista, mas também com o objetivo de dar um tempo para as pessoas consumirem e fazer girar a economia. Entretanto, o problema surgi quando os indivíduos perdem o controle de seus gastos e não conseguem honrar com suas dívidas, logo a sua situação tende a piorar em muitos aspectos, podendo afetar a sua vida social e a de seus dependentes. Ademais, segundo dados de SPC( Serviço de Proteção ao Crédito), apenas três em cada dez brasileiros consomem de forma consciente, mostrando assim um significativo descontrole financeiro.       É válido lembrar ainda, que o país está inserido em um contexto mundial altamente capitalista, que influencia a formação de determinados padrões comportamentais. Sendo assim, segundo o sociólogo Émile Durkheim, o ser humano tem uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Por conseguinte, de tanto as propagandas comerciais associar a felicidade a determinado produto, acaba criando na maioria das pessoas a prática do consumo desnecessário, e de certa forma é transmitido para as próximas gerações, principalmente para as crianças por não terem seu senso crítico totalmente formado.       Fica evidente, portanto, que o consumo desnecessário causa adversidades para muitas pessoas, sendo necessárias medidas para atenuar esse impasse. Em primeiro lugar, o Governo Federal deve criar ações que visem a conscientização dos cidadãos a respeito da importância do consumo eficiente, para que possam continuar comprando sem comprometer sua renda nem a economia, medida que pode ser feita por meio da criação de uma lei que faça os fabricantes colocarem em seus produtos cartilhas educativas sobre o consumo. Além disso, as escolas podem formular campanhas construtivas para as crianças a respeito do tema, estimulando a formação do senso crítico nelas para saberem separarem o útil do desnecessário, ação que pode ser feita através de oficinas, feiras e brincadeiras lúdicas. Assim, usando a teoria de Durkheim, esses mirins poderão contagiar outros indivíduos.