O que há além da vitrine Em sua obra "O Capital", o sociólogo Karl Marx afirma que as relações de trabalho e consumo no mundo capitalista promove a inversão de valores entre pessoas e coisas. Ou seja, a aquisição de itens de luxo associados a grandes marcas conferem ao indivíduo status social, atribuindo-lhe assim destaque perante à sociedade. Nesse sentido, tal realidade é evidente no cotidiano de boa parte dos brasileiros, que influenciados, principalmente pela mídia, compram de forma a acompanhar o padrão da moda corrente. Nesse contexto, evidencia-se que, como mostra uma pesquisa realizada pelo SPC (Seguro de Proteção ao Crédito) aproximadamente 3 de cada 10 brasileiros consideram comprar como forma de reduzir os intempéries do cotidiano. Tal fato é preocupante, pois, comprar de forma compulsiva pode gerar um gasto imprevisto. Sendo assim, gera-se para o futuro um novo problema a ser resolvido, ou seja,o que o que outrora foi utilizado para remediar uma adversidade, agora é motivo de nova preocupação. Vale salientar, também, que a influência da mídia, atinge também as crianças. Desse modo, aqueles que não têm ainda construído um senso crítico embasado da realidade, passam a exigir dos familiares determinados produtos que, muitas vezes, estão fora da possibilidade orçamentária do chefe de família, causando assim, um possível constrangimento de ambas as partes. Ora, embora o consumo seja o motor da sociedade capitalista, há a necessidade da existência do consumo consciente em todas as idades. Após o exposto, urge a necessidade de um combate ao poder de influência consumista exercida pelos meios de comunicação. A primeira medida eficaz repousa na educação. Nas escolas, deve-se lecionar gestão financeira e orçamentária baseada nos contextos da sociologia atreladas à realidade contemporânea dos jovens e crianças. Outra medida interessante é a realização de palestras educativas nos ambientes de trabalho para os adultos. Dessa maneira,o brasileiro terá o controle sobre o consumismo.