Enviada em: 06/10/2017

Vício da mercadoria no Brasil        À vista de fenômenos como a globalização e o avanço da mídia nos diversos aspectos da sociedade brasileira, a compra de produtos tem sido associada ao sentimento de satisfação do indivíduo. Nessa perspectiva, devido aos valores agregados à mercadoria, observa-se um comportamento compulsório dos cidadãos em geral. Assim, em decorrência da propaganda e da valorização dos bens, além de transtornos pessoais, os hábitos de consumo no Brasil são nocivos para a própria população.        Por certo, a influência da mídia no processo de massificação de ideias é inerente à construção do país desde a década de 1930. De maneira análoga, conclui-se que no contexto neoliberal à que a economia está majoritariamente vinculada, a publicidade contribui para exaltar o valor simbólico da mercadoria. Em razão dessa premissa, Nestor Canclini aponta que "a atividade de consumir tornou-se o ponto central da existência humana", característica percebida na sociedade brasileira atualmente.          Além dos meios de comunicação como incentivo ao consumo, a cultura nacional viabiliza a presença desse hábito de forma acentuada. A partir disso, conclui-se que o comportamento do cidadão brasileiro, em detrimento de seus vícios, não é tratado como anômalo. Logo, a carência de políticas públicas para a conscientização das vítimas desse transtorno consolida a permanência do consumismo no Brasil.       Portanto, acerca dos hábitos de consumo no Brasil, é preciso que o Estado e as escolas contribuam. Para isso, o Governo Federal deve regulamentar as propagandas midiáticas a fim de desassociar os produtos a imagens que agregam valor maior ao que eles originalmente possuem. Ademais, o Ministério da saúde deve elaborar políticas públicas para o tratamento de costumes compulsórios. Por fim, a escola tem a função social de educar os jovens para a dinâmica do sistema que incentiva as práticas consumistas, principalmente em virtude da passividade do público.