Enviada em: 12/10/2017

Após o fim da Guerra Fria, juntamente com o avanço do capitalismo, o processo de globalização intensificou-se, bem como suas consequências. Aplicando esses fatore no Estado brasileiro, a população atual convive com as problemáticas que envolvem a sociedade de consumo. Nessa perspectiva, torna-se pertinente avaliar o aumento acelerado da geração de lixo e a inversão de valores.   De início, é lícito inferir o aumento significativo na produção de lixo. Essa questão está diretamente vinculada ao incentivo do consumo, pois, muitas vezes, a maioria dos indivíduos adquirem produtos que nem sempre são necessários, e logo serão descartados, gerando assim grandes impactos. Prova desse cenário está na cidade de São Paulo, conforme informou a Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, em que o total de resíduos descartado diariamente na cidade resulta em 15 mil toneladas, o que corresponde a 3.750 caminhões carregados. Em um ano, esses caminhões enfileirados cobririam o trajeto entre São Paulo e Nova Iorque, ida e volta. Sendo assim, fica comprovada a intensa geração de lixo produzida pela sociedade brasileira.   Ademais, não menos importante que a acelerada produção de resíduos, é válido considerar a inversão de valores. Segundo Rousseau, o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Nesse sentido, uma sociedade marcada por um sistema capitalista que visa a ascensão econômica acima de tudo, as pessoas vivem uma constante inversão de valores em que o ter é, às vezes, mais importante que o ser, e essa ostentação aliena o ser humano e o faz almejar o consumo desenfreado. Assim, os valores morais da sociedade de hoje são baseados naquilo que as pessoas possuem e não no que realmente são.   Com a finalidade de atenuar a questão dos obstáculos da sociedade de consumo, é dever, portanto, da população e da mídia, agir em conjunto e com urgência. Esta deve apresentar comerciais que mostrem os empecilhos do excesso de consumo, e não só incentivar a população a consumir cada vez mais; aquela deve visar o equilíbrio em relação ao consumo e tentar consumir apenas o necessário, sem excessos, evitando problemas futuros. Afinal, como ponderou o eminente músico Criolo, ainda há tempo.