Enviada em: 18/10/2017

A partir da Revolução Industrial no século XVIII, o novo modelo de produção exigia o estímulo cada vez maior ao consumo. Hodiernamente, os hábitos consumeristas no Brasil vem se tornando algo preocupante nos mais variados aspectos da sociedade. Tais preocupações repercutem tanto em esferas mais restritas, como a economia familiar, quanto em setores mais amplos, como a sustentabilidade ambiental.       Junto ao avanço do capitalismo, o consumo cresce de maneira desenfreada. De acordo com Karl Marx, para que houvesse um crescimento do consumo, era necessário criar um fetiche sobre a mercadoria, onde o alcance da felicidade estaria relacionada à compra do produto. Nesse sentido, pessoas buscam atingir determinados padrões de consumo numa espécie de realização pessoal. Tal comportamento tem deixado as rendas familiares altamente comprometidas, na busca atingir esses padrões de consumo. Esse endividamento se dá, por exemplo, na aquisição de veículos, eletrônicos e pacotes de viagens, adquiridos, na maioria das vezes, em dezenas de prestações, com o objetivo de atingir o status que o consumo de tais produtos oferece e acabam por onerar o orçamento familiar.       Ademais, a civilização ocidental, fortemente influenciada pela tradição judaico-cristã, tem em sua formação inicial a ideia de utilização indiscriminada de recursos naturais, na medida em que foi dado, por Deus, ao homem o direito de utilizar a natureza conforme bem lhe aprouver. Entretanto, um modelo de desenvolvimento econômico pautado na promoção desenfreada do consumo apresenta sérios problemas relacionados a sustentabilidade ambiental. Como é sabido, a produção demanda uma grande quantidade de energia e matéria prima que, na grande maioria das vezes, são provenientes de recursos materiais esgotáveis, como o petróleo, a madeira e os metais. Tal comportamento se torna insustentável, comprometendo o acesso a esses recursos pelas gerações futuras.       Observa-se, portanto, que o comportamento consumerista brasileiro apresenta significativos problemas e que precisam de respostas urgentes. Nesse sentido, faz-se necessário que as escolas, em parceria com igrejas, famílias e associações comunitárias, trabalhem, desde cedo, uma educação para o consumo consciente, de modo a formar cidadãos mais preparados para lidar com os apelos do mercado. Por outro lado, o Congresso Nacional, deve formular leis que estimulem uma produção menos depredatória do ponto de vista ambiental, no sentido de estimular empresas a utilizarem matéria prima reciclada e fontes de alternativas energias. Em outra perspectiva, o Ministério da Educação  e o de Minas e Energias, devem destinar recursos para as universidades, proporcionando o desenvolvi-mento de pesquisas que tornem mais eficientes os processos de reaproveitamento de materiais.