Enviada em: 01/11/2017

Na contemporaneidade, os métodos de produção estão constantemente evoluindo, visando atender a demanda do mercado consumidor. Desse modo, o Toyotismo foi um grande passo para fomentar o consumo, abrangendo diversos gostos com a personalização dos objetos a serem produzidos. Contudo, uma sociedade com hábitos consumistas também apresenta graves problemáticas. Nesse sentido, não se pode negligenciar duas questões sobre esse assunto no Brasil: a influência infantil e a ineficaz educação financeira.     Em primeira análise, cabe pontuar que a mídia exerce grande influência sob a sociedade, sendo um meio efetivo para propagar a lógica capitalista. Sob essa óptica, crianças são influenciadas mais facilmente pelos desenhos e programas de televisão a consumirem brinquedos, eletroeletrônicos, como smartphones e tablets, e gêneros alimentícios. Nesse contexto, diante da ausência dos pais e familiares, devido ao fato de estarem, majoritariamente, trabalhando, os juvenis veem o consumismo como amparo familiar. Dessa forma, as consequências da "modernidade líquida", como aponta o sociólogo Bauman, ratificam que os hábitos consumistas estão atrelados ao enfraquecimento das relações humanas, fato esse que pode desenvolver doenças como a depressão e consumismo compulsivo desde a tênue idade.      Por conseguinte, convém frisar que os meios de se obter o produto desejado estão, progressivamente, mais facilitadas. Isso se comprova pelo fácil acesso a sites de venda pela internet e formas de pagamento pelo cartão de crédito. No entanto, tais recursos em consonância com a ausência da educação financeira pode levar ao endividamento e a falência. Outrossim, dados do Serasa apontam mais de 60 milhões de brasileiros endividados em 2017. Dessa maneira, o número de inadimplentes é fomentado pelo consumismo inconsciente e paradoxal, do querer mas não precisar de fato ou consumir sem poder arcar com a dívida.      Para reverter esse cenário, portanto, é imprescindível que o Ministério da Educação desenvolva palestras socioeducativas nas escolas da rede pública e privada, ministras por psicólogos e economistas, voltadas aos pais e alunos, fomentando a necessidade de diálogo, para que as crianças se conscientizem do consumo e os pais fortaleçam laços familiares. Além disso, o Governo Federal, em associação com ONGs, deve ampliar os mutirões do Procon, conciliando com peças publicitárias, como cartilhas educativas e propagandas, sobre o consumo consciente e o uso adequado dos cartões de crédito, visando , em cerne, renegociar das dívidas e prevenir que haja reincidência de inadimplentes. Logo, a pátria brasileira, paulatinamente, poderá reverter as problemáticas do consumismo.