Enviada em: 08/04/2018

Para Aristóteles, qualquer atitude extrema deve ser evitada, pois é necessário encontrar a justa medida para que se tenha a aproximação da virtude. Desse modo, percebe-se que tal pensamento aristotélico, não vem sendo colocado em prática no panorama atual, sobretudo, por parte da população no que tange hábitos de consumo exacerbado no Brasil. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados, como o consumo desenfreado análogo as condições financeiras e a influência assídua da mídia e da sociedade para consolidação da compra em excesso.   Em primeira análise, cabe pontuar que com o processo de globalização houveram transformações na paisagem social moderna, que garantiu uma dinamização das relações no mundo, com a abrangência do mercado consumidor nas esferas civis, por exemplo. Nesse sentido, comprova-se isso, por meio de interações no âmbito social que intensificaram o poderio de consumo independente da classe social, especialmente, em países subdesenvolvidos como o Brasil. Dessa forma, vê-se que com esse estímulo das indústrias em geral, grande parte da população brasileira tem como comportamento a solidificação das compras por impulso, estimuladas pela ansiedade, o que acarreta um grande contingente de dívidas para fomentar a consolidação da ótica consumista desenfreada.   Ademais, convém frisar que padrões e estereótipos impostos pela sociedade e mídia, garantem de modo abrangente a grande parte da população brasileira, a indução no processo de busca pelo consumo e com isso correlacionado o sentimento de prazer, felicidade e status social. Uma prova disso, está no pensamento do sociólogo Émille Durkheim, que abordava em suas obras a sociedade como pressionadora e coercitiva sobre os indivíduos que nela vive, os influenciando nas suas ações. Diante disso, percebe-se que no Brasil esse processo é existente, pois o corpo social coage de certa forma o ser humano a seguir os padrões e regras para que ele seja aceito na sociedade, seja em abordagens nas telenovelas brasileiras, programas de entretenimento ou tendências da moda a serem seguidos.   Destarte, medidas são necessárias para atenuar a problemática. Por conseguinte, é imprescindível que o Estado veicule campanhas informativas em programas como "A Hora do Brasil", com a presença de economistas e psicólogos para que a abordagem sobre o consumo em excesso seja evidenciado e como se deve fazer orçamentos e compras de forma consciente e sem exageros influenciando quem ouve. Além disso, é essencial que a mídia use sua responsabilidade social não como um poder constituinte, mas como um retrato a sociedade para o bem, buscando promover a diminuição no processo de coerção das escolhas dos indivíduos, com o uso equilibrado das propagandas consumistas e das abordagens do tipo nas telenovelas para que assim atenue essa ciclo vicioso que é o consumo.