Enviada em: 09/04/2018

A tendência pelo consumo compulsivo tem suas origens após os eventos da revolução industrial, de modo que, os processos de produção e circulação de bens foram potencializados. Logo, com os avanços tecnológicos as pessoas se distanciaram do conhecimento em relação aos meios de produção e se tornaram alienadas e está, justamente, na alienação à principal dimensão do consumismo, ou seja, a compra desvinculada da necessidade e o desconhecimento entre relação de valor e compra. Portanto, a sociedade brasileira consome de maneira excessiva, seja pela influência midiática, seja pela relevância no status social, o consumo desnecessário ganha dimensões preocupantes haja vista suas graves consequências ambientais.   Inicialmente, destaca-se o plano econômico e cultural da questão. Segundo, Milton Santos, ´´o consumidor alimenta-se de parcialidades, contenta-se com respostas setoriais, alcança satisfações limitadas´´. Logo, o desenvolvimento econômico, juntamente, com à produção e a publicidade nivelaram os desejos de crianças e adultos. Dessa forma, a criação e a valorização de comportamentos de sucesso e de vida bem sucedida, reforçados e apresentados pela mídia fez com que as pessoas de classes sociais distintas tivessem as mesmas vontades e os investimentos de esforços para adquirir bens. Por conseguinte, o SPC revelou que apenas 28% dos consumidores brasileiros são conscientes, desse modo, todo o restante da população consome de maneira desenfreada, sendo que o ato de comprar está ligado á ansiedade e também à satisfação, onde nesse caso o consumo se torna realmente uma compulsão.   Outrossim, existe à dimensão ecológica da questão. O consumismo é um dos fatores que mais gera à produção desenfreada de lixo, devido sobretudo à obsolescência dos produtos, muitas vezes os produtos são feitos para se ter um prazo de duração muito pequeno , e isso, associado ao consumo compulsivo, que nada mais é que o desejo do indivíduo de obter novos produtos, faz com que haja uma gigantesca produção de lixo no Brasil. Portanto, como a gestão de resíduos no Brasil é deficitária, percebe-se as consequentes práticas de depósitos irregulares nos vazadouros e a degradação do meio ambiente.   A fim de atenuar o problema, urge à necessidade de uma interação entre o Estado e a sociedade civil. Para isso, cabe ao Ministério da Educação estimular o pensamento crítico na sociedade por meio de palestras nas escolas e propagandas em telejornais, evitando a entrada da população no mundo consumista sem um senso consciente pré-formado. Só assim, o país tornar-se-á mais equilibrado no que tange à relação entre o homem e meio ambiente.