Enviada em: 15/04/2018

O consumo está enraizado na vida cotidiana e é através dele que se constitui a humanidade no sistema econômico vigente, sendo assim a aquisição de bens é importante para quem consome e impulsiona o capitalismo. Entretanto, diante de uma série de fatores históricos, sociais e econômicos os hábitos de consumo no Brasil têm se modificado, sobressaindo o consumo inconsciente e demasiado.            Em primeiro plano, é notável essa tendência ao consumismo por meio de pesquisas realizadas pelo SPC e pelo CNDL que constataram que cerca de 68% da população consome de forma inconsciente. Para explicar essa propensão Baudrillard disserta que consumir se tornou um modo novo e específico de socialização, ou seja, possuir um bem tem a capacidade de suscitar o sentimento de pertencimento a uma tribo ou classe social, ressaltando ainda mais as desigualdades sociais.              De outra parte, Montesquieu afirma que é da natureza do comércio tornar coisas supérfluas em necessárias. Portanto, diante do alto poder de influência da mídia e da diversidade de produtos aliado a facilidade do acesso ao crédito, o consumo pode tornar-se compulsivo e exceder o necessário a ponto de causar dependência psicológica e comprometer a renda do indivíduo.              Urge, portanto, que o poder público e a iniciativa privada cooperem para que o panorama atual dos hábitos de consumo do Brasil se modifique. Cabendo ao primeiro uma reformulação da grade curricular com o acréscimo da educação financeira ao ensino fundamental para que as próximas gerações aprendam a consumir de forma consciente o mais cedo possível. Ademais é de extremo valor que a iniciativa privada faça uma autorregulamentação da publicidade, e que as Instituições Financeiras tenham maior critério na concessão de créditos.