Enviada em: 08/04/2018

Desde os processos denominados "revoluções industriais" e a ascensão do modelo econômico capitalista, cresce no mundo o consumo desenfreado. Nesse sentido, no Brasil, pesquisas do  Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelam que, apenas três em cada dez brasileiros, são consumidores conscientes. Com isso, surge a problemática do consumismo que persiste intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pelo avanço tecnológico, seja lenta mudança de mentalidade social.        Mormente, no limiar do século XXI, é indubitável a influência que a tecnologia exerce no comportamento do consumidor brasileiro. Assim, é notório o engajamento das empresas no desenvolvimento e aperfeiçoamento de produtos, em curtos intervalos de tempo, para atender os anseios dos consumidores cada vez exigentes, o que culmina na obsolescência programada e aumento de resíduos eletrônicos, prejudiciais ao meio ambiente. Além disso, cabe destacar o papel da mídia na propagação desses produtos, os quais incentivam todas as classes sociais e faixas etárias ao consumo, muitas vezes desnecessário. Segundo dados do SPC e CNDL, as classes de baixo poder aquisitivo são as que mais compram sem necessidade, motivadas por promoções. Em outro estudo, 40,2% dos entrevistados das classes A e B admitem que comprar é uma forma de reduzir o estresse do cotidiano, o que ratifica a dimensão do problema em questão.       Outrossim, vale ressaltar a baixa importância que os consumidores conferem ao tema consumo consciente, o que interfere negativamente na formação dos hábitos de consumo das crianças, de modo a contribuir para perpetuar o consumismo ao longo das gerações. Conforme pesquisa do Instituto Alana, as crianças tem participação significativa na decisão de compra pelos pais e são fortemente influenciadas pela publicidade infantil.              Infere-se, portanto, que o consumismo é um mal para a sociedade brasileira. Assim, cabe ao governo, na figura do Ministério da Educação e Cultura, implementar e propagar campanhas de abrangência nacional com enfoque prioritário no consumo consciente, em consonância com a mídia, a fim de de sensibilizar à população quanto aos efeitos danosos do consumismo para o bem-estar social e meio ambiente. Ainda cabe à tríade sociedade civil, escola e família, se mobilizar e realizar palestras na comunidade acerca da aquisição consciente dos produtos realmente necessários e orientar as crianças, para que desenvolvam o senso crítico e se tornem adultos e consumidores conscientes. Sob essa conjuntura, poder-se-á transformar o Brasil em um país desenvolvido  econômico e socialmente. Afinal, como afirma o líder Gandhi, o futuro dependerá daquilo que fazemos no presente.