Enviada em: 04/04/2018

O filósofo René Descartes marcou o iluminismo no século XVII com a frase icônica "Penso, logo existo", considerando a razão humana como única forma de existência. Atualmente, entretanto, o pensador francês transformaria a sua colocação para "Consumo, logo existo" visto que a sociedade capitalista distorce a racionalidade em prol do consumismo demasiado, o problema crescente do Brasil. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados: a influência midiática e social na compra exacerbada.    Convém ressaltar, a princípio, que os meios de comunicação estimulam a aquisição inesgotável. Segundo o político Winston Churchill, não existe opinião pública, existe opinião publicada. Seguindo esse raciocínio, percebe-se a forte defluência midiática na comunidade contemporânea que adquire novos produtos constantemente porque a coerção exterior agiu sobre o indivíduo. Desse modo, a insistente propaganda publicitária funciona como forte base do consumismo e comprova-se isso por meio de um estuda do SPC e CNDL que mostram: todas as classes sociais consomem muito, motivadas pela mídia.    Outrossim, destaca-se a a própria sociedade como impulsionadora da adquirição em excesso. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de exterioridade, coercitividade e generalidade. Assim, o consumismo se encaixa na teoria do sociólogo pois se uma criança está em um grupo consumista ela tende a também ter tal comportamento, devido a vivência em comunidade.    Portanto, medidas são necessárias para a atenuação da problemática. É essencial que o Ministério da Educação incentive o consumo consciente por meio de projetos pedagógicos que envolvam pesquisas nas escolas sobre a mídia e a sua influência, de modo que a alienação seja evitada na juventude. Ademais, o Ministério da Saúde deve tratar de casos como compulsão e impulsividade através da maior disponibilização de profissionais da área nas clínicas, a fim de erradicar o consumismo no país.