Enviada em: 05/04/2018

O advento da tecnologia e da globalização possibilitou o avanço da indústria cultural no mundo, criando padrões e hábitos impostos intrinsecamente por uma classe dominante, contribuindo para a solidificação da sociedade de consumo que se presencia na atualidade. No Brasil, a situação não é diferente, a cultura do consumo dissemina-se substancialmente na sociedade, principalmente através das mídias.               A modernização do Brasil, aliado a grandes nações como os Estados Unidos, possibilitou a difusão da cultura consumista. Sendo assim, ser consumidor significa está integrado à sociedade moderna, na qual o sociólogo Zygmunt Bauman chamava de “Era da Liquidez”, afirmando que “ A difusão consumista desponta com uma forma compensatória do indivíduo vir a obter um razoável nível de prazer”. No entanto, esse prazer de está incluso nos padrões da sociedade consumista é momentâneo, os produtos se atualizam rapidamente e constantemente surgem novidades, e dessa forma o cidadão vira refém desse habito cultural.        No mesmo contexto, as mídias possuem um papel significativo na difusão dessa cultura. Elas propagam fortemente a ilusão da necessidade de certo produtos, como afirma o filósofo Immanuel Kant “Não somos ricos pelo que temos, e sim pelo que não precisamos ter”. Dessa forma, o indivíduo rapidamente procura se livrar dessa necessidade que alimenta o sentimento de insatisfação, porém ele não percebe que está sendo alienado, o que contribui para a manutenção de um ciclo continuo de consumo.            Urge, portanto, que a sociedade e as instituições públicas cooperem para mitigar esses péssimos hábitos de consumo no Brasil. O Estado, por meio do Ministério da Educação, deve investir em palestras e campanhas, promovendo um maior debate sobre o tema junto à população, visando o desenvolvimento da reflexão crítica que combata a alienação e não permita que o indivíduo seja refém desses hábitos consumistas. Dessa maneira, é visível que a educação possui um papel de grande relevância nesse contexto, uma vez que o sociólogo brasileiro Paulo Freire dizia “Se a educação não transforma a sociedade, sem ela, tampouco a sociedade muda”.