Enviada em: 09/04/2018

O fim da Primeira Guerra Mundial, a Segunda Revolução Industrial e o “American Way of Life”, no século XX, inauguraram a era do consumismo. No Brasil, tal prática passou a exercer papel fundamental nas famílias de classe média, que transformaram o consumo essencial para a sobrevivência em uma forma de lazer. Dessa forma, com a ascensão do consumismo, houve um aumento considerável da desigualdade e da produção de lixo no país, o que comprova a necessidade de intervenção.        Em primeiro plano, de acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, o consumismo é um produto social que nos transforma em seus prisioneiros voluntários e involuntários. Nesse sentido, há a criação de uma “necessidade” – que é repercutida pela mídia através das propagandas – em consumir, visando diminuir o estresse do cotidiano e ter um prestígio social. Assim, o ser se torna sinônimo do ter, o que reafirma a desigualdade já existente no Brasil e acentua os níveis de pobreza e endividamento, quando aqueles, que não possuem condições financeiras suficientes para se encaixarem nesse padrão de consumo, se submetem às dívidas e tentam, de maneira falha, prosperar seu status social.       De outra parte, o aumento na produção de lixo surge como consequência do consumismo. Esse problema se agrava cada vez mais, principalmente nas grandes cidades brasileiras, e revela como o consumo desnecessário e em excesso tem afetado o meio ambiente. Cabe ressaltar, também, que com mais lixo, os aterros sanitários ficam saturados e os lixões a céu aberto crescem de maneira desordenada e prejudicial, diminuindo a possibilidade de reutilização e reciclagem de todo o resíduo urbano produzido, e ainda, provocando a contaminação de solos, mananciais e lençóis freáticos em todo território nacional.       Urge, portanto, que medidas sejam tomadas para mitigar o consumismo e por fim a uma era iniciada no pós-guerra. Cabe ao Governo intervir no consumismo do país, ditando regras aos estabelecimentos comerciais e à mídia a respeito das propagandas, que são as principais veiculadoras e incentivadoras do consumo em excesso, visando desintegrar tal padrão de consumo e extinguir mais uma forma de desigualdade em terras tupiniquins. Ademais, o Ministério do Meio Ambiente deve incentivar a reciclagem e reutilização do lixo nas cidades brasileiras, com campanhas que visem informar a população a respeito da importância de reduzir a produção de lixo no país. Assim, observada as ações interventoras, o consumismo deixará de ser um produto social e Zygmunt Bauman não designará mais os brasileiros como prisioneiros de tal prática.