Enviada em: 07/04/2018

“Seria o meu sonho ter um cartão de crédito ilimitado”. Essa frase, popularmente dita na sociedade brasileira, em primeira análise, aparenta ser inofensiva. Entretanto, atentando-se a uma perspectiva de caráter sociológico, pode-se perceber o quão o consumo está presente na realidade. Nessa conjuntura, dois aspectos não devem ser negligenciados, como a interferência da mídia na propagação do consumo excessivo e a relevância no status social atribuída pelos estereótipos.        Em primeiro plano, é importante ressaltar que, a partir do século XIX, com a chegada dos principais meios de comunicação no Brasil, como o rádio e a televisão, houve mudanças expressivas nos hábitos de consumo. Desse modo, com uma maior acessibilidade de contato entre o comerciante e o consumidor, foi possível notar alterações no volume das vendas e nas aquisições pessoais. Sob essa óptica, os filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer, teóricos da indústria cultural, evidenciam que os serviços de comunicação influenciam diretamente na massa popular. Nessa conjuntura, em um sistema global que busca a expansão econômica e objetiva o lucro, a mídia passa a exercer uma função manipuladora que convence a população a comprar cada vez mais. Por conseguinte, os hábitos consumistas já afetam cerca de 60% dos brasileiro que estão endividados por não planejarem as suas compras, conforme a plataforma Valor Econômico.       Além da influência midiática, outro fator que contribui para a prática do consumo inconsciente é a importância que as pessoas dão aos status sociais. Dessa forma, entende-se que o poder aquisitivo de um indivíduo tende a revelar o valor social que ele possui na sociedade. Nesse sentido, "ostentar" produtos  de marcas nas redes sociais, bem como possuir o melhor carro do ano,  são atitudes cada vez mais frequentes na contemporaneidade .Por conseguinte, o gasto supérfluo  torna-se necessário para que o cidadão seja valorizado no meio social. Com efeito,  é notória não só a extração exagerada dos recursos naturais, como também a geração incalculável de lixo e, nessa perspectiva, o Banco Mundial atribuiu que seriam necessários três planetas Terra para manter o  estilo de vida atual.          Fica Claro, portanto, que os hábitos de consumo dos brasileiros apresentam problemas e , por isso, devem ser modificados.  À vista disso, cabe ao Ministério da Educação conceder nas instituições de ensino palestras e seminários que estimulem o pensamento críticos dos cidadãos.  Essa ação  poderá ser contemplada em conjuntura com organizações de âmbito econômico e administrativo tendo como a finalidade a instrução para o consumo consciente dos indivíduos. Ademais, é imperioso a participação de órgãos como o IBAMA e a FATMA nesses debates, no qual devem trazer informações sobre os hábitos de consumo e as respectivas consequências para o meio ambiente.