Segundo Jean-Paul Sartre, as escolhas de cada homem definem sua essência e podem afetar o mundo. Relacionado a isso, está a questão do erro médico, que, dependendo da influência sobre o paciente, pode gerar consequências irreversíveis. Convém discutir a importância de amenizar esses ocorridos, ao mesmo tempo em que a punição aos infratores é aplicada com eficácia. Em primeiro lugar, é sabido que a área científica apresenta-se com inúmeras incertezas, de forma a requerer estudo e comprovação contínua de hipóteses. Destarte, por também ser constituída pela ação de seres humanos, contém erros, influenciados por fatores sociais, ideológicos ou até psicológicos. A Medicina, contida na área científica, não está livre dessas condições. Contudo, mesmo que todo ser humano (no caso, médico) seja passível de erros derivados do estresse ou cansaço momentâneos, imprecisões por negligência ou escassez preparatória não devem ser aturadas com punição mínima, uma vez que poderiam ser evitadas. Em segundo lugar, conforme estudo apresentado no Seminário Internacional "Indicadores de qualidade e segurança do paciente na prestação de serviços na saúde", em São Paulo, a cada 3 minutos 2 brasileiros morrem em hospitais por consequência de erros médicos. Os "erros" abrangem desde a escassez de fiscalização da qualidade de ferramentas utilizadas até o desconhecimento da reputação real de hospitais e/ou profissionais, pelos pacientes, o que compromete uma melhor escolha. Há insatisfatório monitoramento dessas informações, o que configura a necessidade de mudanças no serviço brasileiro de saúde. Fica evidente, portanto, que erros médicos devem ser amenizados no Brasil. A Anvisa, por intermédio da atuação do Núcleo de Segurança do Paciente, deve apresentar um sistema mais eficaz voltado ao controle do número de erros, de negligência e de necessidades que o hospital possa ter, que não dependa apenas do relato de profissionais da área, mas também de vítimas e familiares, pois assim a atenção à questão será ampliada.