Enviada em: 16/10/2018

Despreparo, dinheiro e medo     O cargo médico é visto com muito prestígio pela sociedade devido a sua importância social. No Brasil, a área segue valorizada e atrativa devido o fluxo financeiro, tendo em vista os altos custos da formação e o rápido retorno ao formando, sendo assim, passível de muitas fraudes, prioridade dos lucros acima da qualidade das instituições e dos futuros profissionais e, por conseguinte, a facilidade e maior propensão aos erros médicos. Dessa forma, é importante discutir a respeito dos limites entre o erro médico e a responsabilidade criminal desses profissionais partindo dos pontos citados.    O ingresso às faculdades médicas no Brasil é dado de forma conturbada e passível de muitas fraudes, como pagamentos antecipados pelas vagas e acesso aos gabaritos. Essa quadro é dado em virtude do grande fluxo monetário que cerca a área, sendo lucrativo às instituições e aos estudantes e futuros médicos. Por isso, muitas instituições que trabalham com o curso acabam negligenciando a função social do médico e trazem para a população profissionais com baixo conhecimento e, muitas vezes, inaptos ao cargo, o que acaba colocando vidas em risco. De mesmo modo, cientes das falhas regras, muitos estudantes pagam e burlam concursos e provas, e posteriormente, terminam ao mercado de trabalho sem o conhecimento necessário, mas com focos apenas nos lucros.     Além disso, a influência das redes sociais, mídia, youtubers e influenciadores digitais traz à tona o sonho de uma beleza inalcançável e o uso de procedimentos estéticos como algo necessário e desprovido de qualquer perigo apenas para se alcançar o belo. Ilustra esse fato Luísa Sonza, casada com o maior youtuber brasileiro, e adepta às intervenções médicas para ser bonita. Mediante a tantas propagandas, a procura por cirurgias com fins apenas estéticos tem crescido e, junto a isso, a falta de profissionalismo e responsabilidade acabam por unirem-se e exibirem um quadro obscuro. A modelo Andressa Urach é um exemplo, que por motivos visuais aplicou material impróprio para o uso em humanos e quase veio a óbito.     Em suma, tendo em vista a discussão a respeito dos limites entre o erro médico e a responsabilidade criminal, é importante que algumas medidas sejam tomadas. O Ministério da Educação deve regulamentar de maneira mais crítica as instituições com o fim de garantir a estrutura necessária para a formação dos futuros profissionais. A prova ao final do curso de graduação médica deve ser posta em prática para conduzir os estudantes ao empenho e responsabilidade durante o curso, e futuramente, ao bom profissional. É importante ressaltar que a função médica tem extrema importância social e deve ser feita de forma ética, visando, acima de tudo, a qualidade do atendimento.