Enviada em: 18/10/2018

É preciso analisar criticamente a problemática sobre o erro médico, sobre quais são os motivadores para sua ocorrência e quais a medidas para preveni-lo. Contudo, insatisfeita e estimulada pela mídia, a população grita por reformas no Conselho Federal de Mecina e por leis mais duras, porém, quando o foco é no erro e não na causa, perpetua-se uma política imediatista e não restauradora.     Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil não possui médicos, eleitos e remédios suficientes para a população, criando um ambiente difícil para o profissional de saúde. Criado no final da década de 80, o SUS veio como uma solução viável e bem estruturada para contornar a crise no setor, entretanto, a má gestão dos recursos e a falta de planejamento a longo prazo, tornaram os hospitais públicos locais insalubres tanto para o profissional quanto para o paciente, onde o estresse e a falta de recursos contribuem para o mau exercício da medicina.     Além das más condições de trabalho, a crescente onda de processos contra a profissão tem tornado a arte médica burocrática, cara e superficial. De acordo com a Associação Brasileira de Planos de Saúde, o número de exames laboratoriais redundantes e recusa por assumir procedimentos delicados cresceu nos últimos cinco anos, e o medo de ser processado é uma das explicações para tal comportamento. Informada de forma inadequada e estimulada pela mídia, a população se tornou menos paciente e mais reativa, resultando em um relacionamento médico-paciente frágil, pouco empático e suscetível a falhas.   Fica claro, portanto, que medidas devem ser tomadas para resolver o impasse. É necessário que o Ministério da Saúde e o Conselho Regional de Medicina, desenvolvam programas obrigatórios de prevenção ao erro médico em parceria com hospitais, gerando um relacionamento de mão dupla, onde a classe possa ser escutada e soluções geradas em conjunto para solucionar o principais problemas, gerando dessa forma uma medicina mais humana e assertiva, beneficiando assim a todos.