Enviada em: 05/06/2019

De acordo com a Declaração de Alma-Ata, realizada em uma conferência internacional da OMS em 1978, a saúde — que não se limita apenas à ausência de doenças — é um direito humano fundamental. Todavia, a implacável ambição da indústria farmacêutica se apresenta como uma rival alienante ao exercício desse direito. Tendo isso em vista, é imperativo que esse problema encontre um fim imediato para que a saúde possa ser tida como um fundamento da realidade humana, e não um produto.       Inicialmente, nota-se o marketing predatório que a indústria farmacêutica direciona diretamente aos seus leigos consumidores finais. Uma pesquisa do ICTQ revela que 79% dos brasileiros acima de 16 anos já se automedicam; ou seja, o fazem sem o auxílio profissional. É assustador o elevado número da pesquisa, que nos mostra como o brasileiro está a mercê da comercialização da própria saúde.       Com o acesso à informação cada vez mais descomplicado e ágil devido ao advento e popularização da Internet, se torna cada vez mais atrativo ao indivíduo encontrar respostas rápidas e fáceis aos seus "incômodos de saúde", que normalmente se apresentam na forma de pílulas e comprimidos. Para Sócrates, a busca pela verdade é estável, imutável e universal. Seguindo o raciocínio do filósofo, percebemos como a busca desorientada dos indivíduos por soluções pode ser manipulada e usada em favor dos interesses comerciais da indústria.        Nessa perspectiva, vemos que para garantir o direito à saúde, devemos nos adaptar à nova realidade sociocultural. A realização desse objetivo só será possível com a união da escola e da mídia; com a primeira estabelecendo o ensino formal sobre saúde e farmacologia cotidiana na educação básica, e com a segunda desempenhando um papel informativo mais acessível e propagável para a parcela da população que já não mais cursa ou nunca cursou a educação básica. Dessa maneira, superaríamos o problema com a corporação farmacêutica.