Enviada em: 25/07/2019

No filme ''Réquiem para um Sonho'' do diretor americano Darren Aronofsky, é abordada a história de de Sara Goldfarb, uma senhora solitária, que preenche o vazio da vida, comendo compulsivamente. Entretanto, sua vida parece tomar um rumo distinto e perigoso, quando começa a consumir anfetaminas para emagrecer. Desse modo, tal ficção, parece fazer alusão aos perigos da indústria farmacêutica, que apesar de fornecer drogas lícitas, atua como grande responsável nos casos de dependência medicamentosa. Nesse contexto, a fim de atenuar essa problemática, cabe analisar a publicidade farmacêutica, bem como a irresponsabilidade médica, aliada a ignorância por parte dos usuários.   Primordialmente, nota-se que o consumo de medicamentos têm aumentado significativamente no Brasil, tal fato disso, deve-se a máquina de publicidade que a indústria farmacêutica dispara, investindo principalmente em propagandas de remédios que não precisam de receitas, incentivando o consumidor a utilizar da automedicação. Ainda, um grande indicador do problema, é a facilidade como as drogas químicas podem ser compradas - pela internet, com ou sem prescrição médica - balconistas diagnosticam doenças e “tratam” pessoas com remédios, de analgésicos à pílulas. O resultado é alarmante: segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), o Brasil teve 22.121 casos de intoxicação, no ano de 2000, provocados pelo uso indevido de remédios.   Observa-se, ainda, que o consumo exacerbado de medicamentos, deve-se, em parte, a negligência médica na hora da consulta, uma vez que parte dos profissionais, vêem no momento da prescrição uma forma prática e segura de abreviar o tempo. Pois, conforme o psiquiatra José Atílio Bombana, à medida que o médico tem menos tempo e disponibilidade para conversar e se dedicar aos seus pacientes, mais propenso fica a receitar medicamentos. Desse modo, não é raro que um paciente seja indicado a tomar certos tipos de drogas no fim de uma breve consulta - tempo no qual é impossível levantar o histórico do paciente - Como consequência, vem a automedicação, uma vez que o paciente tende a concluir que, se o médico prescreveu rapidamente, é provável que a droga não seja tão perigosa.    Destarte, é mister que o Estado tome providências para amenizar essa problemática. Cabe ao Ministério da Saúde, regulamentar as propagandas de medicamentos, proibindo a indução ao consumo e advertindo sobre os riscos da automedicação, bem como a necessidade da prescrição médica, fazendo assim, o incentivo da mídia diminuir sob os consumidores. Urge, também que o Conselho Federal de Medicina, promova, por meio de verbas governamentais, congressos sobre a importância da comunicação e atenção entre médico e paciente, a fim de melhorar o atendimento nas consultas. Ainda, o Poder Executivo deve penalizar as drogarias que infrinjam a lei e vendam sem prescrição médica.