Enviada em: 07/06/2019

A decisão tomada pela Seção Judiciária do Distrito Federal, em 2007, de impedir que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária proíba que propagandas de medicamentos, que precisam de prescrição médica, fossem ao ar, retomou a discussão sobre a influência exercida pela indústria farmacêutica sobre a população. É possível perceber que a indústria farmacêutica influencia perigosamente as pessoas, sendo que distorce a realidade sobre a saúde do indivíduo, assim como trata como doença o que, de fato, não é.     Referente à influência negativa da indústria de medicamentos, nota-se que com o objetivo de vender seus produtos, as empresas tentam induzir pessoas acharem que sua saúde está em risco. Por meio de propagandas na televisão e internet muitos são levados a dúvida quanto seu estado de saúde, e, consequentemente induzidos à ingestão de remédios sem prescrição médica. A propaganda americana do medicamento Lipitor, usado no controle de colesterol alto, declara que sem seu uso a pessoa poderá ter, em breve, um ataque cardíaco.     Além disso, os fabricantes de medicamentos não apenas tratam como doenças processos fisiológicos naturais, dispersando essa ideia errada, assim como vendem medicamentos para tratá-los. Quando, em 2003, o processo da menopausa passou a ser tratado como maléfico, a empresa americana Bayer lançou propagandas reforçado a ideia, sugerindo a reposição hormonal e um medicamento para tratar o problema. Anos depois, em 2007, foi provado diante de uma ação judicial enfrentada pela empresa, vinda de uma jovem alemã, que a reposição hormonal aumentava as chaces de câncer de mama, e, que esse remédio causa embolia pulmonar e paradas cardíacas.     Nesse sentido, para evitar que as pessoas sejam manipuladas sobre seu real estado de saúde, é urgente que o Judiciário do Distrito Federal reconsidere sua decisão, outorgando à ANVISA o poder de proibir a produção bem como a circulação de propagandas de medicamentos que precisam de prescrição médica, assim como torne mais rígidas as regras para a venda de remédios, exigindo a retenção de receitas par uma gama maior de itens. Ademais, é dever do Ministério da Saúde alertar a população quanto a real necessidade da ingestão de medicamentos, além da naturalidade de processos fisiológicos, como a menopausa, por meio de palestras nas escolas, envio de agentes de saúde, regularmente, às casas, com objetivo de garantir a saúde da população.