Enviada em: 02/07/2019

Na série televisiva "The Rain", um bioquímico desenvolve um vírus com objetivo de acabar com as doenças da humanidade e gerar muitos lucros para Apollon -empresa onde ele trabalha- mas ocorre uma alteração química no projeto ocasionando uma chuva tóxica e um massacre apocalíptico. Fora da ficção, hodiernamente, existem industrias farmacêuticas que trabalham na descoberta de doenças e fabricação de novos antídotos. Nesse contexto, a economia e a tecnologia são fatores que impulsionam a produção exacerbada desses medicamentos e pesquisas, gerando prejuízos ao meio social.    A economia é o principal fator que influencia os perigos da industria farmacêutica. De acordo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, estamos vivendo a Modernidade Líquida. Para ele, a sociedade atual é marcada pela fragilidade das relações sociais, tendo em vista que o individualismo e a falta de empatia são as principais características da contemporaneidade. Isso acontece porque, na sociedade hipercapitalista  em que vivemos, o desejo insaciável de obtenção do máximo lucro monetário faz com que essas industrias "crie" novas doenças e lancem na sociedade, para potencializar a venda dos medicamentos sem se importar com o que pode acontecer com os mesmos. Em decorrência disso, a população torna-se alvo principal de tal situação, e por falta de informação acabam comprando esses remédios com a falsa ilusão de uma vida mais saudável.    Ademais, os avanços tecnológicos também contribuem para que esse processo aconteça. Pois, uma grande massa populacional tem acesso a internet e a mesma oferece uma gama de informações -incluindo descrição de enfermidades e dicas de determinadas medicações para cura-las. Dessa maneira, dando uma certa autonomia para as pessoas de realizar a auto-medicação. Por consequência dessa "independência" na hora da medicação, o indivíduo pode adquirir dependência na droga, acarretando então a outras doenças e sendo letal em alguns casos. Não é a toa que, uma pesquisa feita em 2017 pelo portal de notícias "G1" mostra que pelo menos 10% da população usa em média 5 remédios por dia e isso gera doenças hepáticas, levando a morte.     Em suma, medidas devem ser tomadas para atenuar os perigos da industria farmacêutica na sociedade. Para a conscientização da população a respeito do problema, urge ao Ministério da Saúde crie, por meio de verbas governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o funcionamento desses medicamentos no organismo e advirtam os internautas do perigo da alienação, sugerindo ao interlocutor criar o hábito de buscar sempre atendimento em fontes confiáveis e o controle no uso das drogas. Dessa maneira, pode-se evitar um alto índice dos perigos ofertados pela industria farmacêutica e não acontecer o mesmo caos da série "The Rain".