Enviada em: 04/11/2017

Se no passado uma informação precisava de dias para ser difundida, atualmente - com a ascensão da internet - ela só precisa de um clique. No entanto, nem tudo que aparece na tela do smartphone ou computador, através das redes sociais, representa uma verdade. Sob esse aspecto, convém discutir sobre a disseminação das “fake news” no Brasil, assim como as consequências resultadas.   A Primavera Árabe – ocorrida nos países Árabes - teve as redes sociais como importante meio para difusão de ideias revolucionárias, o que influenciou na deposição de governos autoritários. Entretanto, no Brasil, nota- se que o mau uso dessas redes tem se tornado um ambiente para replicar notícias falsas. Exemplo disso foi um vídeo compartilhado no facebook, no qual uma moça afirmava ter sido orientada pelo médico Dráuzio Varela a não fazer o exame de mamografia, uma vez que o aumento no número de câncer na tireoide estava associado ao procedimento. Tal notícia, se não fosse desmentida pelo doutor, poderia resultar na diminuição de exames feitos pelas mulheres, por consequência, o real crescimento da doença.   Outrossim, tendo em vista o empoderamento da internet, é preciso analisar como essas inverdades podem persuadir a opinião pública e concretizar a vontade do seu autor. Nesse contexto, pode ser citada a semana que antecedeu a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados – evento marcado por opiniões divergentes sobre a permanência da dirigente. Com base nisso, segundo o Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas e Acesso à informação da Universidade de São Paulo, três das cinco notícias mais compartilhadas no facebook eram falsas. Dessa forma, é evidente o poder de tais mentiras e, em vista disso, a necessidade de medidas que corroborem para extingui-las.   Diante disso, cabe ao Poder Legislativo em ação conjunta com a Delegacia de Crimes Digitais, elaborar uma lei que criminalize a proliferação das “fake news”, punindo àqueles que transgredirem a lei. Dessa maneira, será possível impedir a veiculação de conteúdos falsos. Para contribuir, a mídia deve realizar, por intermédio das rádios e televisores, propagandas com a finalidade de instruir a população a como pesquisar para saber se a notícia é, de fato, verdadeira. A fim de frear os compartilhamentos de mentiras . Assim, haverá chances de coibir a disseminação de inverdades pela internet.