Enviada em: 08/12/2017

A mídia, desde a invenção da imprensa no século XV e o advento do rádio e da televisão no XX, é detentora de um importante papel na sociedade contemporânea, que é o de informar e produzir opiniões. Todavia, ela não tem exercido tal função de modo responsável, uma vez que, tornaram-se crescentes o número de notícias falsas divulgadas pelos meios comunicativos – tais notícias, denominadas popularmente de “fake News” espalham-se rapidamente, sobretudo, na esfera virtual, em função das redes sociais.        Mormente, é preciso ressaltar que o compartilhamento de dados ilegítimos não é uma problemática recente. Desde a Era Vargas, essa prática já existia por meio do plano Cohen, documento criado com o intuito de disseminar informações inverídicas para alienar a sociedade e, assim, justificar a instauração da ditadura do Estado Novo. Aplicando as ideias de Zygmunt Bauman, nota-se que esse impasse ainda está presente nos dias atuais, uma vez que a individualidade é uma das marcas mais presentes na pós-modernidade; trata-se de um individualismo que ocorre em detrimento do coletivo, isto é, as relações têm estado cada vez mais líquidas. Logo, não é surpreendente que as pessoas não investiguem as fontes das informações que recebem. Uma evidência disso é o fato de 40% das pessoas serem incapazes de detectar imagens falsas, conforme um levantamento feito pelo portal de noticias da globo (G1).        Nesse panorama, é válido analisar as consequências da postura moral de quem produz a notícia falsa e também a irresponsabilidade de quem a reproduz. A negligência dessas pessoas e a falta de ética, além de difamar os outros, podem gerar situações que, muitas vezes, culminam em prejuízos de caráter econômico, físico, moral, entre outros; e até em danos irreversíveis para os envolvidos. Nos Estados Unidos, por exemplo, atribui-se a eleição do republicano Donald Trump à Presidência do país pela profusão de material falso sobre sua adversária, Hillary Clinton.        Dados os fatos elencados, conclui-se que é necessário o aprimoramento do senso crítico da sociedade, uma vez que a internet, é a principal responsável por esse revés. Para isso, devem ser feitos alertas à população por meio de reportagens, palestras e debates mais constantes acerca do assunto, a fim de tornar às pessoas mais críticas, de forma que elas verifiquem as notícias que recebem em outros sites de maior credibilidade. Os veículos comunicativos podem utilizar programas de "fact- checking", que auxiliam na investigação da informação antes dela ser passada adiante evitando que opiniões e atitudes sejam embasadas em mentiras. Desse modo, a mídia estará cumprindo verdadeiramente seu papel, de modo consciente.