Enviada em: 28/01/2018

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman desenvolveu um conceito de "amor líquido" para as relações interpessoais pós-globalização, que leva em consideração a fluidez e a fragilidade dos laços humanos. Nesse âmbito, tem-se a ideia de não preocupar-se com o outro e, consequentemente, na era da informação, torna-se algo perigoso. Considerando a alta velocidade de propagação de um fato (que pode parecer verdadeiro, mas não é),  pode chegar a interferir de forma drástica na vida das pessoas - essas são as atuais "fake news".       Na última eleição presidencial norte-americana, ao ser divulgado notícias prejudiciais à candidata Hillary Clinton, o mundo deparou-se com a "pós-verdade". Esse termo relaciona-se a informações inverídicas, mas que têm um forte apelo emocional. Há um "mercado" interessado na divulgação desses fatos, que podem gerar consequências sérias, influenciando  incontáveis pessoas, como em um processo eleitoral (ao denegrir a imagem de alguém) ou na selva capitalista (afetando uma empresa).        Observa-se, também, uma democratização do acesso à informação, principalmente nos meios digitais. Pode-se acessar sites para obter informação em tempo real, bem como compartilhar suas opiniões (ou a de terceiros) com acessos virulentos, em progressão geométrica, em diversas redes sociais. É mister destacar que nem sempre atenta-se  para o conteúdo que está sendo difundido, que, como ocorre nas notícias falsas, podem vir a gerar consequências legais para quem as cria e/ou as divulga.       É preciso, pois, ter um maior senso crítico ao compartilhar informações devido ao alto poder lesivo que as mesmas podem gerar para outrem. A União deve fiscalizar o órgão regulador de imprensa, ampliando também a educação da população sobre as consequências relacionadas às "fake news" nos próprios canais onde são mais difundidas; como também o Poder Legislativo acatar o projeto de lei já existente sobre a tipificação penal sobre a criação e divulgação de tais notícias, efetivando, assim, o direito à liberdade de expressão de forma responsável e digna.