Enviada em: 14/04/2017

Sabe-se que a Revolução Industrial proporcionou para o mundo novas técnicas e mecanismos de produção. Nesse contexto, evidencia-se uma produção em massa alimentada pelo consumo desmoderado da população. Isso ocorre não  só pela valorização do poder aquisitivo, mas também devido à obsolescência programada realizada pelas indústrias.    Segundo o materialismo histórico de Karl Marx, a base do entendimento dos fenômenos sociais está inserida nos meios materiais dos sujeitos. De fato, a valorização do capital deu origem as desigualdades sociais e consequentemente as constantes lutas de classes que persistem na sociedade do século XXI. Diante disso, observa-se que cada sociedade se estrutura conforme os indivíduos se organizam para produzir seus bens de consumo, marcando a importância do poder de compra para o sistema capitalista vigente no mundo. A gritante luta de classes pode ser exemplificada pela devoção ao consumo de produtos, como roupas, de marcas luxuosas por grupos das camadas inferiores da sociedade. Tal modelo de roupa, antes destinado para altas classes, estão fazendo parte da estrutura das periferias modernas. Como consequência, tem-se o aumento da criminalidade, visto que os indivíduos buscam caminhos para adquirir os produtos ofertados pelo alto padrão do comércio.   Outro fato que contribui para intensificar o consumo exagerado da população é a obsolescência programada realizada pelas diversas empresas no mundo. Com efeito, o modo de produção capitalista se sustenta por meio da alienação do indivíduo, gerando o consumismo. A obsolescência programada produz o bem material com a vida útil programada, obrigando a população comprar cada vez mais e sem necessidade. Além disso, propagandas chamativas incentivam o consumo desnecessário, por meio de falsas ideias que indicam a necessidade do produto para o cidadão. Tudo isso acarreta o crescente endividamento da população brasileira, que encontra no mercado a facilidade de compra e acaba não enxergando seus limites financeiros.    Diante dos fatos mencionados, nota-se que  o consumo desenfreado da população caracteriza a ostentação como um valor do século XXI. Sendo assim, faz-se necessário que haja o maior controle das propagandas através da organização não governamental Conar, para que essas sejam utilizadas como meio informativo para o indivíduo e não mecanismos para induzi-lo ao consumo. Além do mais,  uma maior atuação estatal é fundamental para regular e criar políticas públicas que garantem a qualidade dos produtos, através da fiscalização rígida nas empresas, a fim de reduzir a prática da obsolescência programada, e garantir a redução da taxa de consumo no Brasil.