Enviada em: 20/07/2017

Globalização: busca por um bem comum     Após a Guerra Fria, com o avanço do capitalismo, o processo de globalização intensificou-se, bem como seus efeitos. Diante disso, o contato entre diferentes povos ampliou o conceito de identidade nacional. A ostentação - estilo de vida consumista - manifesta-se, nesse contexto, como ideologia própria do século XXI que reflete suas causas históricas em aspectos intrínsecos à sociedade atual.     A priori, vale ressaltar que a ostentação é consequência direta da busca por lucro pela burguesia. Em meados do século XX, visando conquistar o mercado consumidor, os grandes empresários passaram a criar um fetiche em sua mercadoria, ou seja, aderiram aos seus produtos um valor ideológico que relaciona estes ao "status social" do consumidor. Isso foi possível pela grande influência da mídia na sociedade, que, através dos meios de comunicação, passaram a estar presente nos lares da grande maioria das famílias brasileiras. Dessa forma, o fetichismo ganhou força e se transformou, hoje, no que é conhecido como ostentação.     Ademais, embora seja uma grande vantagem para a burguesia capitalista, a ostentação evidencia aspectos negativos na sociedade. Dessa maneira, já defendia o filósofo Karl Marx que a economia serve como base para a superestrutura da sociedade, em outras palavras, as condições materiais definem as sociais. Assim, a desigualdade, outrora muito combatida na revolução francesa, ganha força, acentuando as diferenças entre indivíduos de diferentes camadas da população. No campo acadêmico, por exemplo, observa-se a formação de grupos de estudantes de mesma classe social, ou seja, mesmas condições econômicas, gerando a exclusão daqueles que não compartilham o mesmo estilo de vida.     Recai sobre o ser humano, portanto, o compromisso de administrar com mais conciência as mudanças proporcionadas pelo avanço do mundo globalizado, uma vez que este corrobora para efeitos indesejáveis na sociedade. Cabe ao Ministério da Educação transmitir propagandas na mídia que incentive o pensamento crítico quanto ao valor ideológico de mercadorias, coibindo, assim, a necessidade consumista da ostentação. Cabe ainda à família e à escola, a adoção de medidas educacionais que visam a igualdade social independente de condições econômicas. Quem sabe assim, os efeitos do processo de globalização serão vistos por todos como um bem comum.