Enviada em: 29/03/2019

Durante a transição da Idade Média para a Moderna, houve o renascimento comercial sustentado pela classe da burguesia, dando origem ao sistema capitalista que atua hodiernamente. Nesse sentido, incentivado por esse modo econômico, o interesse lucrativo de empresas atrelado ao consumismo imoderado da sociedade atual, proporcionam impasses ambientais e sociais devido ao forte teor de obsolescência programado nas mercadorias.              Primeiramente, como declara o sociólogo contemporâneo Zygmunt Bauman, "os tempos são líquidos pois tudo muda rapidamente, nada foi feito para durar" essa mentalidade pode se aplicar aos bens de consumo atuais, os quais são programados pelas empresas a terem um certo período de durabilidade, ou seja, a terem obsolescência programada. Por consequência, a fim de sustentar a demanda em massa, as empresas constantemente retiram a matéria prima da natureza, entretanto, seguindo o conceito de Lavoisier, de que na natureza nada se cria e nada se perde, tudo apenas se transforma, isto é, tudo que é retirado volta de alguma forma, nesse caso, retorna por meio dos impactos ambientais, como por exemplo, chuvas ácidas, extinção de espécies e o aquecimento global.       Outrossim, é incontrovertível que o hedonismo humano gera a aquisição desnecessária e desenfreada de bens materiais. Por esse ângulo, a mídia com seu poder de persuasão controla e influencia o modo de vida das pessoas, fazendo-as acreditarem que a quantidade material equivale ao status e bem-estar social. Este fato, vinculado a obsolescência perceptível (compra de produtos atuais), exerce uma percepção de dependência da felicidade no ato de comprar. Logo, como Isaac Newton defendia, toda ação gera uma reação de igual direção, intensidade e sentido contrário, dessa forma, ao associar a felicidade na obtenção de produtos supérfluos, o indivíduo participa de um ciclo incessante de compra e despejo, que corrobora para o desenvolvimento da insegurança pessoal e de problemas psicológicos como a depressão e ansiedade.        Portanto, urge a necessidade de mudança. Cabe ao Ministério do Meio ambiente junto ao Governo Federal, fiscalizar de forma efetiva o descarte correto de resíduos e influenciar as indústrias verdes, aplicando multas as empresas que destroem o meio ambiente, e dando um subsídio maior aquelas que apresentam projetos sustentáveis na produção, a fim de instigar uma economia mais limpa e correta e atenuar os problemas ambientais. Ademais, é dever das escolas programar palestras com psicólogos para ensinar aos alunos sobre a dependência tecnológica e como a evitar, formando consumidores mais críticos.