Enviada em: 15/04/2019

A obsolescência programada é uma estratégia a qual programa as mercadorias a fim de torná-las ultrapassadas em um curto espaço de tempo e que sejam compradas novas gerações dos produtos. Ainda que tal mecanismo seja benéfico ao observar-se os lucros obtidos e represente um avanço tecnológico, é responsável por propiciar prejuízos à sociedade e ao meio ambiente.    É possível observar do ponto de vista histórico, que o modelo de produção fordista fabricava produtos duráveis e resistentes e, em razão disso, reduziu o consumo e criou estoques nas indústrias, o que prejudicou a economia das grandes potências mundiais. Sob esse viés, o Toyotismo foi adotado a partir Terceira Revolução Industrial e, com o ciclo da obsolescência programada, atingiu as expectativas dos mercados em alavancar o consumismo. Em contrapartida, esse último tornou-se exagerado e irracional, muitos compram produtos de maneira impulsiva e sem necessidade plausível de tê-los e, além do mais, podem prejudicar-se financeira e emocionalmente. Quando o consumo é transformado em vício, é caracterizado como uma patologia e tal problema já é realidade nos grandes centros urbanos. Cabe citar Karl Marx, o qual afirma que nas sociedades capitalistas ocorre a inversão de valores: a coisificação do homem e humanização das coisas.    É importante salientar os prejuízos ambientais provocados pelo descarte exagerado e inapropriado dos produtos, em especial os eletrônicos, os quais produzem lixo de mesma natureza. O lixo eletrônico possui várias substâncias nocivas, a exemplo de metais pesados como o chumbo, cobre e mercúrio. Quando erroneamente descartado, pode contaminar o solo e os corpos d'água, isso reduz a biodiversidade desses locais em decorrência da eutrofização e morte da fauna e flora, ademais, pode contaminar e adoecer pessoas que entrem em contato com tais ambientes. A ausência de conhecimento sobre o perigo desse lixo e a existência de poucos postos de coleta faz essa adversidade persistir em vários locais do planeta. O caso do Brasil não é diferente: conforme pesquisas, a maioria do lixo eletrônico é descartado de maneira errada, apenas 3% são levados aos centros de reciclagem.    Em virtude dos aspectos analisados, é necessário, portanto, que providências sejam tomadas para resolucionar os impasses mencionados acima. Cabe ao Poder Executivo junto ao MEC, por meio de aulas especializadas, palestras e debates ministrados por professores, biólogos e químicos em escolas e universidades, alertar jovens e adultos sobre os perigos do consumismo ávido, ensinar técnicas de como consumir de maneira sustentável e mostrar os efeitos do acúmulo do lixo eletrônico na biosfera e a necessidade do descarte correto de tal. Outrossim, é indispensável a construção de postos de coleta nas cidades. Dessa forma, o mundo sentirá os efeitos da era tecnológica de maneira mais saudável.