Enviada em: 31/05/2019

A partir da terceira revolução industrial, um novo modelo de produção passou a dominar o cenário mundial. Essa forma de produzir, denominada toyotismo, era um modelo flexível, que fabricava de acordo com a demanda e, além disso, criou o "ciclo de obsolescência programada". Nesse sentido, os produtos eram fabricados com o objetivo de tornarem-se rapidamente não-funcionais, o que obrigaria o consumidor a adquirir a nova geração do produto. Assim, essa estratégia de produção perdura até hoje, o que não só causa grave contaminação ambiental, como também torna a sociedade alienada pelo consumo.       Dessa forma, a produção de bens de consumo não duráveis, cada vez mais modernos, resulta em elevada produção de lixo. Nesse contexto, destaca-se o lixo eletrônico, principalmente a partir da terceira fase da revolução. Nessa conjuntura, a ONU, em seu relatório sobre o lixo eletrônico, declarou que 44,7 milhões de toneladas desse resíduo foram geradas em 2016. Todavia, o descarte inadequado desses materiais, em aterros ou incineração, libera substâncias tóxicas, como cádmio, chumbo e dioxina. Portanto, tais substâncias, além de causarem a contaminação de lençóis freáticos, podem resultar em doenças como asma e câncer.       Além disso, a obsolescência acaba por gerar sérios impactos sociais. Nesse sentido, Karl Marx define alienação como um processo de exteriorização da essência humana e do não reconhecimento desta atividade como tal. Ou seja, a sociedade contemporânea, influenciada pelo constante avanço tecnológico, busca desenfreadamente por consumo, sem necessidade real. Por conseguinte, o modelo capitalista vigente acaba por gerar uma sociedade alienada e consumista.       Isto posto, tendo em vista os impactos ambientais e sociais causados pela obsolescência programada, é preciso amenizar esses efeitos. Para isso, é necessário que a Organização Mundial da Saúde incentive as empresas a reduzir a quantidade de substâncias tóxicas utilizadas na produção. Para tanto, seriam destinados recursos federias para a realização de pesquisas com o objetivo de desenvolver equipamento sem o uso de tóxicos. Assim, para determinada meta de redução, a empresa receberia incentivos fiscais. Por fim, o Ministério da Educação deve inserir nas escolas o ensino do consumo consciente. Dessa forma, seriam realizadas atividades, quinzenalmente, através de gincanas, desenhos e histórias em quadrinho, que ensinem sobre o consumo correto e os impactos do consumismo. Dessa maneira, é possível tornar a sociedade mais sustentável e responsável.